O Programa Espacial Para 2020

Olá leitor!

Segue abaixo um interessante artigo escrito pelo pesquisador Mario Eugenio Saturno, tecnologista sênior do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE) postada dia (01/09) no site do jornal “O Nortão”, jornal este com abrangência nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, tendo como destaque a sua opinião sobre o PEB para 2020.

Duda Falcão

O Programa Espacial Para 2020

O Programa Espacial Brasileiro tem muitos erros estratégicos, a começar
com os baixos investimentos. Mas algumas oportunidades se abrem a nós
como presentes divinos a um escolhido.

Por Mario Eugenio Saturno*
Publicada em 01/09/2017 às 14:20

O Programa Espacial Brasileiro tem muitos erros estratégicos, a começar com os baixos investimentos. Mas algumas oportunidades se abrem a nós como presentes divinos a um escolhido. Como, por exemplo, o projeto EQUARS que se receber um pequeno investimento pode dar aos cientistas brasileiros a oportunidade de serem os primeiros a fazer ciência na Anomalia Magnética.

Para analisar este contexto, é preciso lembrar que já expus em artigo anterior, o “Argentina 12 x 1Brasil” em que mostro que a Argentina investe 1,2 bilhão de dólares por ano em média na área espacial, enquanto o Brasil investe apenas cem milhões, 12 vezes. Aquele país já fez diversos satélites, e impressiona os dois geoestacionários de comunicação (ARSAT) lançados e mais um com investimento da Huges. Também impressiona fazerem dois satélites radar, o SAOCOM, em banda L, como sonham os cientistas do INPE para observar a Amazônia através das nuvens.

Também vimos como o CBERS, um programa de sensoriamento com a China, prejudica o Brasil. E também as imagens geradas de baixa resolução que tem que ser dadas gratuitamente.

O Brasil ainda teve outras cooperações, participou do AQUA da NASA, com pouco aproveitamento por falta de preparo dos cientistas brasileiros. E também com a ISS, Estação Espacial Internacional, mas rompeu por desinteresse do governo Lula. O governo Lula também foi responsável pelo acordo malfadado com a Ucrânia, a ACS, que consumiu mais de quinhentos milhões de reais e produziu nada!

O acidente na Base Espacial de Alcântara colocou o projeto do foguete brasileiro na geladeira, paralisando essa concepção de projeto. A ACS foi a pá de cal. Agora, sem ACS, o Brasil não mostra que sabe o que fazer com o foguete nacional.

Enquanto isso, a Argentina continua com o seu programa bem sucedido e reiniciado apenas dez anos atrás. A promessa é que o foguete “El TRONADOR” esteja operacional nos próximos anos e apto a colocar em órbita baixa satélites de 250 kg.

O INPE, no ano passado, ressuscitou o projeto do satélite científico EQUARS, para monitoramento global da atmosfera na região equatorial. Ele tem vários instrumentos para medir os processos dinâmicos e fotoquímicos e os mecanismos de transporte de energia entre a baixa, média e alta atmosfera e ionosfera. A ênfase do estudo é a Anomalia Magnética do Atlântico Sul, anomalia que ficou famosa por desativar os computadores do Telescópio Hubble, toda vez que ele passava sobre o Brasil.

Esse estudo é importante também porque os fenômenos solares são capazes de causar interferências em sistemas como o GPS, além de induzir correntes elétricas em transformadores de linhas de transmissão de energia e afetar a proteção de dutos para transporte de óleo e gás. Ou seja, muito importante para o Brasil.

Por questões de economia, espera-se lançar este satélite como carona. Se o Brasil aplicar dez milhões de dólares em um lançamento próprio, podemos colocar o EQUARS em uma órbita atravessando a Anomalia Magnética o que dará aos cientistas brasileiros a oportunidade única de desenvolver Ciência que ainda ninguém fez. Essa é a hora em que os políticos brasileiros devem escolher que tipo de nação é o Brasil!

* Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.


Fonte: Site do Jornal O Nortão - http://www.onortao.com.br

Comentário: Muito Interessante este artigo do pesquisador Mario Eugenio Saturno, pois faz um relato verdadeiro do que houve e o parabenizo pela iniciativa. Seria muito bom e positivo se outros pesquisadores ligados ao PEB tivessem a mesma atitude, pois assim abriria mais espaço na Mídia para o debate. Gostaria até de ter acesso ao artigo intitulado “Argentina 12 x 1 Brasil” citado por ele, para assim publicá-lo aqui no Blog e ser debatido entre os nossos leitores. Quanto ao projeto EQUARS citado pelo pesquisador, concordo com a sua importância para o país como ressaltado pelo mesmo. Entretanto, como comentei dias atrás na nota divulgada pelo INPE e postada no Blog é pura utopia achar que, com o atual desmando e desinteresse politico desses GOVERNOS POPULISTAS de merda para com o PEB, esse satélite venha a ser lançado na data prevista pela matéria do INPE (2020), ou mesmo até ser concluído um dia. Outra coisa Sr. Saturnino, o senhor está equivocado, nem o Brasil é uma Nação ainda (sequer somos um país de verdade, já que há ainda muito trabalho por se fazer e nada esta sendo feito nesta direção, quanto mais uma Nação), nem os políticos estão interessados que um dia o Brasil venha se tornar uma, afinal seria para esses POPULISTAS de merda o mesmo que ‘cagar no prato onde comem’.

Comentários

  1. " PONTOS NEGATIVOS DA CORRUPÇÃO QUE PREJUDICA O PEB "

    Quando se abre o jornal, no Brasil, é raro não nos defrontarmos com escândalos no mundo político. Casos de malversação de recursos públicos, uso indevido da máquina administrativa, redes de clientelas e tantas outras mazelas configuram uma sensação de mal-estar coletivo dos entusiastas e cientistas, em que sempre olhamos de modo muito cético os rumos que a política suja e nefasta dos órgãos, no Brasil, tem tomado. Criam-se, dessa forma, um clamor moral e um clima de caça às bruxas que geram instabilidade e um muro de lamentações e barreiras a projetos de políticas públicas. Contudo, apesar dessa sucessão de escândalos no Brasil, existe uma sensação de impotência por parte de todos, que torcem pelo PEB; a corrupção é tolerada e os cidadãos ficam apenas aguardando qual será o próximo escândalo que circulará nos jornais.
    Essa sensação de mal-estar coletivo com a corrupção cria concepções de senso comum acerca de uma natural desonestidade do brasileiro, como diz Duda: - É uma questão social moralística, tem que se começar, tudo novamente!!. Um dos traços característicos do senso comum no Brasil é que o brasileiro típico tem um caráter duvidoso e que, a princípio, não se nega a levar algum tipo de vantagem no âmbito das relações sociais ordinárias. Por isso, vários indicadores de confiança apontam o Brasil como um país onde a desconfiança impera. Para além do senso comum, esse tipo de leitura da realidade social brasileira converge para termos centrais das interpretações do país e a produção de conceitos no mundo acadêmico também incorpora esse tipo de visão, sendo o brasileiro típico um cidadão voltado para seus desejos agonísticos, que se expressam em formas sociais tais como o jeitinho e a malandragem.
    No que diz respeito à corrupção, constata-se que não basta uma mudança do aparato formal ou da máquina administrativa do Estado propriamente dita, mas reforçar os elementos de uma cultura política democrática que tenha no cidadão comum, feito de interesses, sentimentos e razão, o centro de especulação teórica e prática para uma democratização informal da democracia brasileira. O que eu observo pela manhã, assistindo o "Bom dia Brasil", os avanços das reformas da máquina pública, nas duas últimas décadas, são inegáveis, com o reforço da transparência. Contudo, falta, à democracia brasileira, um senso maior de publicidade, pelo qual a transparência esteja referida a uma ativação da cidadania, ainda Duda fala: - " Falta de patriotismo e amor á pátria!!!"e à participação, sem os quais os esforços de combate e controle da corrupção ficarão emperrados em meio a uma cultura política tolerante às delinquências do homem público.
    Para finalizar o PEB só vai melhorar quando expurgar de vez esse filhos bastardos, que levam em primeiro plano, o significado da ; "AMBIÇÃO" e, deixando nossa nação á ver navios.

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  2. Nós temos staff para produzir um PEB de alto nível, só falta vontade política.

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  3. Não quero ofender ninguém, mas dizer que a Argentina investe U$S 1,2 bilhão por ano em média na área espacial é ignorância! No ano 2017 a despesas orçamentadas da Conae (Comisión Nacional de Actividades Espaciales) serão de apenas $ 1.740,5 milhões (Pesos argentinos!)... uns U$ 110 milhões!! Abraço

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    1. https://brazilianspace.blogspot.com.br/2015/11/argentina-tem-soberania-aeroespacial.html

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  4. Descobri de onde o Brigadeiro tirou o 1,2 bilhão do programa espacial argentino, daqui mesmo deste blog: https://brazilianspace.blogspot.com.br/2015/11/argentina-tem-soberania-aeroespacial.html

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    1. Olá Sr. Mário!

      Não me recordava dessa matéria, mas devo esclarecer que a origem da mesma foi o Jornal do SindCT, ou seja, a matéria em questão só foi reproduzida pelo Blog.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  5. Em um seminário organizado muito recentemente pelo Censipam, em BSB, (2º Seminário de Monitoramento Integrado com Radar Orbital - 18 de Setembro de 2017) o Eng. Cristiano Augusto Trein, Ph.D., Tecnologista da Diretoria de Política Espacial e Investimentos Estratégicos – DPEI da AEB, em sua apresentação citou (registrado em slide da apresentação) que o orçamento do PE da Argentina é de 1,2 bilhões de dólares.

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