Missão SHEFEX-3 Muda de Nome e Será Agora Lançada em 2019

Olá leitor!

Lembra da "Missão SHarp Edge Flight EXperiment III (SHEFEX – III)" , projeto este do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) que estava inicialmente prevista para ser lançada de Alcântara, em 2016, através do voo de qualificação do VLM-1?

Pois então, após divulgamos que esta missão não ocorreria mais do Brasil (coisa que o Governo e o IAE já sabiam provavelmente desde 2013, mas mantiveram a mentira até a nossa nota ser publicada), isto devido a falta de compromisso do país com o projeto do veículo lançador (VLM-1), descobrimos que a missão mudou de nome e agora foi remarcada para ser lançada em 2019.

Bom leitor, com relação a está nova Missão que agora passou a se chamar de RE-usability Flight Experiment (REFEX), não há ainda informações sobre qual o lançador será usado, mas parece-me que ‘dependendo do peso deste experimento’, o foguete utilizado poderá ser o futuro SMILE europeu. Além disso, parece-me que com esta nova missão, tudo indica a Missão SHEFEX-III não será mais realizada. Vamos aguardar.

Vale dizer que algumas mudanças estão sendo implementadas (especialmente pelo Andoya Space Center - ASC) no que diz respeito a foguetes, e essas mudanças me parece colocam em risco o mercado dos foguetes brasileiros neste centro espacial norueguês. É só observar os planos da ASC, não só na questão do SMILE, bem como em relação a novos foguetes de sondagem.

Foguete Improved Malemute da
"Operação MaxiDusty".
Até mesmo o DLR, que já ratificou sua participação no Projeto do SMILE - Small Innovative Launcher for Europe (dando um recado claro ao IAE/Brasil), andou recentemente testando um novo foguete de sondagem no próprio centro de lançamento do ASC. Tratou-se do lançamento de qualificação de um novo foguete denominado  ”Improved Malemute”, quando da realização bem sucedida da “Operação MaxiDusty”.

Vale lembrar, que apesar disto, o DLR também andou testando em outubro de 2015, durante a realização da “Operação O-STATES”, um novo foguete denominado VS-31/Orion, este composto pelo motor-brasileiro S-31 e pelo motor de origem norte-americana Improved Orion, mas isto foi em 2015.

Será que a falta de compromisso brasileiro dos últimos anos tem mudado a forma de pensar do DLR alemão? Na questão do VLM-1 tudo indica já haver um grande estremecimento entre o IAE/DLR, afinal não faria sentindo nenhum (se assim não fosse), o DLR ratificar o projeto do SMILE, mesmo ele tendo uma capacidade de carga inferior ao VLM-1 (apenas algo em torno de 50 kg). Além disso, e os foguetes de sondagens? Será que serão afetados? Aparentemente já estão sendo, mas vamos aguardar os acontecimentos para termos uma maior certeza quanto a isto.

Seja como for leitor, o caso do VLM-1 é uma prova de que o problema básico do Programa Espacial Brasileiro é a falta de compromisso do Governo para com o que ele denomina fantasiosamente de "Projeto Estratégico".

Duda Falcão

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