Brasileiros Propõem Novo Método Para Descobrir Planetas

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (26/10) na no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que trio de astrônomos brasileiros propõem novo método para descobrir planetas.

Duda Falcão

CIÊNCIA

Brasileiros Propõem Novo Método
Para Descobrir Planetas

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
26/10/2013 - 02h34

Um trio de cientistas brasileiros desenvolveu um novo método para descobrir planetas fora do Sistema Solar e pretende testá-lo em breve.

A estratégia pode ao menos em parte suprir a ausência do satélite Kepler, da NASA, que havia sido lançando em 2009 e pifou em maio deste ano, depois que dois de seus giroscópios (dispositivos de controle da orientação da nave) falharam.

Espera-se que a técnica, que envolve o uso do observatório Alma (rede de radiotelescópios instalada a 5.000 metros de altitude no deserto do Atacama, no Chile), possa revelar pelo menos alguns planetas potencialmente habitáveis em torno de estrelas menores que o Sol.

NA SINTONIA

Os dois principais métodos conhecidos para encontrar mundos são o de velocidade radial e o do trânsito.

O primeiro mede o suave bamboleio da estrela conforme planetas interagem gravitacionalmente com ela.

Já o segundo verifica pequenas reduções no brilho da estrela conforme um planeta passa à frente dela.

A estratégia sugerida por Caius Lucios Slhorst e Cássio Leandro Barbosa, ambos da UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba), em associação com Adriana Válio, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, tem associação com esse segundo método.

A técnica também medirá, mas em frequências de rádio e de micro-ondas, reduções de brilho ocasionadas pelo trânsito de planetas à frente das estrelas.

Contudo, o que para os telescópios tradicionais destinados a observar trânsitos era uma fraqueza --o nível de atividade da estrela--, para o Alma será uma vantagem.

Quanto maior o nível de atividade estelar (na forma de manchas e erupções), mais sensível será o equipamento para conseguir detectar planetas pequenos.

Por isso os cientistas esperam que em anãs-vermelhas --estrelas menores, mas mais ativas que o Sol-- seja possível encontrar até mesmo planetas do tipo terrestre na zona habitável.

Alex Argozino/E
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PILOTO

O trabalho que sugere a nova técnica já foi aceito para publicação no periódico "The Astrophysical Journal Letters". "Foi aceito em tempo recorde", afirma Cássio Barbosa.

A ideia do trio agora é fazer um teste do método com um sistema planetário já conhecido --Epsilon Eridani.

Trata-se de uma estrela próxima, bastante ativa, que tem um planeta gigante e dois cinturões de asteroides conhecidos.

O teste do método será detectar pelo menos o planeta já conhecido, como prova de princípio.

Caso funcione, aí sim os cientistas esperam pedir tempo de observação no Alma para tentar descobrir novos planetas em outras estrelas.

A comunidade científica brasileira tem acesso ao Alma por meio da participação nacional no ESO (Observatório Europeu do Sul), um dos parceiros no conjunto de radiotelescópios.

Embora o acordo ainda não tenha sido ratificado no Congresso, a organização europeia já trata o Brasil como membro desde 2010, quando o governo Lula assinou o protocolo de adesão.


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 26/10/2013

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