Qual Edital de R$ 9 Bilhões Para 16 Satélites?

Caro leitor!

Dia 04/06 o jornal “Diário de Canoas” publicou uma matéria em seu website, matéria essa postada no dia seguinte aqui no blog, destacando que o governo do Rio Grande do Sul estaria naquela quarta-feira (05/06) dando mais um passo para a Implantação de Polo Espacial no estado.

A matéria originária da redação do jornal também disse algo que chamou muito a nossa atenção e de um de nossos leitores (Fabrício de Novaes Kucinskis), que nos questionou sobre o assunto. O jornal disse:

Com o recente edital do governo federal que prevê a compra de 16 satélites, num investimento que chegará a R$ 9 bilhões, o Rio Grande do Sul se lança como um potencial fornecedor de insumos e técnicos para a construção desses satélites, que precisam ter, obrigatoriamente, uma parte oriunda de empresas nacionais.”

Ora, desconhecendo de onde essa informação partiu e desconfiando de sua veracidade, procuramos alguns profissionais de setor para verificarmos a sua autenticidade e todos eles confirmaram estarem também surpresos com essa informação, não tendo a mínima ideia de onde ela partiu.

Entretanto, a notícia se espalhou pela net como um vírus de computador sendo publicada em diversos sites sem que a assessoria de impressa da AEB viesse a público para esclarecer a Sociedade Brasileira essa notícia, como podemos observar através dos links abaixo:










Entre outros diversos sites.

Diante disso, o Blog BRAZILIAN SPACE que esperou até hoje a assessoria de imprensa de nossa Agência Espacial vir a público e explicar a Sociedade Brasileira que história, ou estória é essa, não poderia deixar de escrever esse artigo na tentativa de explicar essa notícia que teve como origem inicial a Secretaria de Comunicação do Governo do Rio Grande do Sul (SECOM-RS).

Mesmo a notícia não tendo se originado da AEB, como órgão responsável pela coordenação das atividades espaciais no país, a AEB deveria se preocupar com as notícias que saem na mídia, já que da mesma forma que uma divulgação pode ser positiva, também pode ser negativa, principalmente quando não tem qualquer fundamento.

Mas o leitor pode estar se perguntando: O que poderia ter levado a SECOM-RS ter divulgado essa notícia? Bom, só mesmo quem escreveu o texto da SECOM-RS pode esclarecer essa pergunta, mas muito provavelmente ou houve um erro de interpretação por parte do(a) autor(a) do texto, ou foi lhe passado(a) uma informação equivocada que evidentemente não temos nesse momento como avaliar se foi por mal conhecimento do assunto ou visando com isso desinformar a sociedade para colher frutos políticos, artifício esse infelizmente muito utilizado pela classe política brasileira.

Em outras palavras, para que fique bem claro para o leitor, não existe nenhum Edital de R$ 9 bilhões para construção 16 satélites lançado pelo governo, nem recentemente, nem durante os três anos de governo da Presidente DILMA, nem nunca.

Na realidade leitor, o novo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) prevê no período de 2012-2021 o desenvolvimento de apenas 11 satélites, onde também (apesar de não previstos nesse documento) podem ser incluídos satélites menores como o ITASAT-1, Nanosatc-BR 1 e 2, o satélite SCD da ANA (Agência Nacional de Água), o satélite inicial da Constelação CONASAT e o Satélite IBSA, totalizando assim 17 projetos de satélites.

Entretanto é preciso dizer que desses satélites os que estão efetivamente sendo construídos são:

* CBERS 3 e 4
* Amazônia 1
* Lattes 1
* ITASAT 1
* Nanosatc-BR 1 e 2

Os que estão em fase inicial de estudos (que podem acabar dando em nada, afinal o histórico do PEB está ai para comprovar isso) ou em processo de contratação:

* SGDC 1
* Sabia-Mar
* IBSA
* SCD da ANA
* CONASAT

E os que estão ainda no campo da Ficção Científica:

* Amazônia 1B
* Amazônia 2
* GEOMET-1
* SCDC 2
* SAR

Portanto leitor, já que a nossa Agência Espacial se omitiu de cumprir a sua missão, o Blog BRAZILIAN SPACE se sentiu na obrigação de vir a público tentar explicar essa informação equivocada divulgada pelo SECOM-RS, e infelizmente não esclarecida pela Agência Espacial Brasileira (AEB).

Duda Falcão

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