Grupo ZENITH da USP Trabalha Para Viabilizar Missão Lunar

Olá leitor!

O trabalho do Blog BRAZILIAN SPACE é trazer para os nossos leitores a informação fresquinha e se possível ainda não divulgada pela mídia, coisa que nem sempre é possível, já que não dispomos de uma logística para isso. Afinal, trabalho sozinho dentro do tempo vago que eu tenho disponível, muitas vezes indo além do meu limite físico e mental, mas que com ajuda de profissionais do setor que nos procuram devido ao trabalho que realizamos, acabo trazendo aos meus leitores sempre notícias fidedignas e algumas vezes inéditas, como essa de agora, uma verdadeira bomba.

Pois é leitor, como o titulo do artigo já diz, a Universidade de São Paulo (USP) está trabalhando para viabilizar um projeto de uma Missão Lunar com a parceria de pesquisadores de outras instituições brasileiras e estrangeiras.

A ideia que está sendo elaborada pelo Grupo ZENITH dessa universidade (criado para essa missão), sob a coordenação da aluna da EESC-USP, Amanda Hildebrand, pretende desenvolver e lançar uma pequena sonda (uma espécie de cubesat) a ser posicionada no ponto “L2 da Terra-Lua” visando medir o nível de radiação nessa área do espaço, tendo como objetivo colher dados importante para futuras missões que pretendem posicionar uma estação tripulada neste ponto.

Segundo o Sr. Lucas Fonseca (diretor da empresa AIRVANTIS), mentor do projeto, a missão surgiu por uma sugestão de uma pesquisadora do JPL/NASA, sendo que a iniciativa já conta com a participação também de pesquisadores do INPE e do IEAv nas discussões realizadas no Brasil. Ainda segundo o Sr. Lucas, o grupo obteve o apoio da NASA na definição da missão, e já negocia a participação no projeto de instituições estrangeiras, como a Supaero de Toulouse na França (escola europeia mais tradicional na área), a Agência Espacial Francesa (CNES), a Politécnica de Milão (ITA), e o ICES/JPL/NASA (grupo esse chefiado pela cientista brasileira Dra. Rosaly Lopes), entre outros.

“Ainda não temos nenhuma ajuda da AEB/Governo, estamos dependendo apenas da força política da USP para consolidar todas essas parcerias. As portas estão abertas, inclusive com convite já feito para intercâmbio de alunos e profissionais para todas essas instituições citadas. Vamos ver se conseguiremos aproveitar essa boa oportunidade”, endossa o Sr. Lucas Fonseca.

Segundo o que foi passado ao blog, apesar da iniciativa não contar ainda com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB),  felizmente já existe recursos para manter o grupo em andamento (uma verba que a própria USP está oferecendo), além do que o grupo está se movimentando para participar do AO (Anúncio de Oportunidade) do Programa UNIESPAÇO da propria AEB, mas tendo com principal meta pegar uma verba da FAPESP no segundo semestre desse ano. Essas verbas iniciais servirão para as duas primeiras fases (concepção e desenvolvimento do projeto). Após essas fases, o objetivo será buscar recursos privados para fabricar e lançar a missão.

Um dos objetivos do Grupo ZENITH é desenvolver a plataforma da sonda, sendo inclusive uma das grandes motivações do projeto, especialmente para os pesquisadores do INPE que irão participar dessa iniciativa, não sendo assim necessário utilizar nenhuma caixa preta estrangeira. É certo que alguns componentes serão comprados de prateleira, é verdade, mas a plataforma em si será desenvolvida toda ela no Brasil e é aí que a empresa brasileira AIRVANTIS entrará como uma grande colaboradora do projeto.

“A idéia é lançar a sonda no final de 2017, ou inicio 2018. Iremos compartilhar uma carona com outros projetos do “Prêmio Google Lunar X-Prize” (existe uma primeira leva indo em junho de 2015, mas não acredito que teremos tempo hábil para isso). Essa carona nos custaria por volta de dois milhões de dólares. O projeto total está estimado em 3,5 milhões de dólares”, finaliza o diretor da AIRVANTIS, o Sr. Lucas Fonseca.

Pois é leitor, como você pode notar, ainda existe motivação (pelo menos nas universidades) para fazermos a diferença, mesmo tendo o governo que temos, mas as dificuldades são herculanas e o Blog BRAZILIAN SPACE ficará na torcida para que o Grupo ZENITH venha ter êxito nessa missão, e colocar o Brasil finalmente no mapa das missões espaciais exploratórias, já que o sonho da realização da fantástica Missão ASTER infelizmente fica cada vez mais distante.

Duda Falcão

Comentários

  1. 3,5 milhões não é assim tanto, comparando o preço com outras iniciativas no setor espacial. Quem sabe não seria uma boa oportunidade de o SpaceMeta se envolver no projeto com o fim de garantir mais alguns detalhes técnicos, visto que eles fizeram associação com o GXLP. Enfim, seria ótimo ver isso acontecer, mas sem duvida a missão ASTER tem aquela importância fulcral visto que o objetivo também é pousar e analisar o meteorito... e espero que esta também aconteça. Já estamos mais de 40 anos atrasados e as grandes potencias espaciais estão se virando todas para a Lua e Marte. Espero que o Brasil não participe somente vendo os outros países lançarem seus engenhos pela televisão.

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  2. Olá Israel, realmente o valor não é tão alto e faz parte das premissas dos projetos CubeSats.

    Vou deixar aqui para todos algumas literaturas caso tenham interesse de entender um pouco mais sobre esse tipo de missão

    http://ssed.gsfc.nasa.gov/IPM/PDF/Revised_Orals/Clark-1029.pdf
    http://www.lunarcubes.com/
    http://www.lpi.usra.edu/meetings/lpsc2012/pdf/1123.pdf
    http://www.nasaspaceflight.com/_docs/haloOrbitLunarStation.pdf

    Estejam a vontade de me contactar caso queiram perguntar algo específcio sobre nosso projeto. Precisamos fomentar a ideia para o projeto crescer. Meu email é lucas.fonseca@airvantis.com.br

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