Segue abaixo uma matéria publicada no Jornal da Ciência e
postado dia (17/01) no blog da jornalista “Viviane Monteiro” destacando que o
Brasil receberá apoio de importante cientista russo no projeto da Missão ASTER.
Duda Falcão
Brasil Recebe Apoio de Cientista Russo
na Exploração Espacial
Por Viviane Monteiro
Jornal da Ciência
17/01/2013
(Foto do Google)
Roald Sagdeev
A
Missão ASTER, uma sonda desenvolvida por pesquisadores brasileiros,
desperta o interesse da comunidade científica internacional. O físico Roald
Sagdeev, com 80 anos de idade – líder da pesquisa espacial na ex-União
Soviética e na Federação Russa – poderá integrar a equipe de consultores do
projeto brasileiro. É o que informa Haroldo Fraga de Campos Velho, pesquisador
sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um dos responsáveis
pela Missão Áster.
Trata-se da primeira missão do Brasil na exploração
espacial. O projeto prevê a exploração do asteroide 2001-SN263. O asteroide é
formado por um objeto central, de 2,8 km de diâmetros, e outros dois menores,
de 1,1 km e 0,4 km de diâmetro. Ele dá uma volta em torno do Sol a cada 2,8
anos, em um movimento que vai de uma região além da órbita de Marte (a meio
caminho de Júpiter) às proximidades da Terra.
O plano do governo é lançar a sonda brasileira em 2017 que
deve pousar em 2019 no asteroide. A expectativa é de que a Missão ASTER receba
investimentos de empresas públicas e privadas. Sagdeev esteve no Brasil, pela
primeira vez, em novembro de 2012 para discutir, exatamente, a Missão ASTER.
Ele visitou a Agência Espacial Brasileira (AEB), em Brasília, e o INPE, em São
José dos Campos.
O físico russo, segundo Haroldo, conforme é conhecido,
aceitou o convite para integrar o time de consultores da ASTER. Os projetos
espaciais costumam ser acompanhadas por um comitê de especialistas, que avalia
sua execução, elabora relatórios e propõe melhorias para aperfeiçoar seu
andamento.
Apoio Internacional - O projeto brasileiro poderá ter
o apoio da Academia de Ciências e do Instituto de Pesquisas Espaciais (IKI,
sigla em russo) da Rússia. Sagdeev dirigiu o IKI durante uma de suas fases
consideradas de “ouro”.
Com
vasta experiência espacial, ele liderou os mais importantes projetos de pesquisas
espaciais soviéticos nos anos 70 e 80 e foi consultor científico do último
presidente da União Soviética, Michail Gorbachev. Hoje leciona Física de Plasma
na Universidade de Mayriland, nos Estados Unidos, e segue acompanhando de perto
o programa espacial russo.
Para
José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB,
que conversou com Sagdeev, em Brasília, o físico russo é um dos “ícones” da Era
Espacial pela sua importante contribuição à ciência espacial. “O presidente da
AEB, José Raimundo Braga Coelho, fez questão de recebê-lo”, contou. “Foi uma
honra para todos nós da AEB. A carreira de um grande cientista é sempre uma
lição de vida. É também um modo eficaz de divulgar o interesse pela ciência e
pelo espaço no Brasil.”
Compromissos
- Sagdeev
comprometeu-se em escrever um "white paper", com sugestões sobre o
uso da plataforma a ser utilizada na Missão ASTER. Entre os possíveis usos
imaginados por Sagdeev, informou Haroldo, destaca-se a realização de uma missão
para fixar um satélite de observação da atividade solar. “Essas informações são
muito úteis para o estudo do ‘Clima Espacial’ (Space Weather)”, acrescentou
ele. Essa é uma iniciativa positiva, conforme entende Haroldo.
“Prever
a demanda adicional para a plataforma usada em uma missão
científico-tecnológica é de grande interesse para assegurar a continuidade do
projeto, o que mantém as equipes mobilizadas e estabelece ação clara de
política industrial para o setor aero-espacial”, declarou.
O
pesquisador do INPE explicou ainda que a atividade solar compreende vários
fenômenos, entre eles o de ejeção de massa coronal (CME = Coronal Mass
Ejection), na qual uma imensa massa de gás (em estado de plasma) é lançada ao
espaço. O choque de uma CME contra o planeta Terra pode causar problemas “em
nossa” infraestrutura, como satélites, sistemas de comunicação e sistemas
elétricos. “Há risco de um impacto de nível planetário com danos capazes de
somar de US$ 1 trilhão a US$ 2 trilhões”, explicou Haroldo.
Monserrat,
por sua vez, destacou a importância das atividades espaciais brasileiras,
lembrando que o Brasil é um país “de evidente vocação espacial”, diante da
longa extensão territorial de 8,5 milhões de km², além dos 4,5 milhões km² de
território marítimo. “São, ao todo, cerca de 13 milhões de km² com riquezas
naturais que precisam ser monitorados, estudados e aproveitados de forma
sustentável”, diz.
Fonte: Blog da Viviane Monteiro - http://blogdavivianemonteiro.blogspot.com.br
Comentário: Pois é leitor, já pensou o que essa missão
pode significar tecnologicamente e para a imagem de nosso programa espacial a
nível interno e mundial, caso a mesma seja realizada e de forma exitosa? Mas a
verdade é que na atual conjuntura é muito difícil acreditar nessa
possibilidade, mesmo com o apoio desse cientista russo, pois o que a equipe
brasileira realmente precisará para tirar esse projeto do papel é dinheiro, e
nem mesmo no novo PNAE a missão foi incluída ou prevista ou mesmo citada. Não
acredito que a AEB tenha recursos para investir nesse maravilhoso sonho e se a
equipe não encontrar uma solução para esse problema, seja no governo ou na área
privada, infelizmente o destino desse projeto será o mesmo alcançado por outros
projetos semelhantes, ou seja, a gaveta.