União Gastou Pelo Menos R$ 1,8 B com Satélites em 12 Anos
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (06/11) no site “Contas
Abertas” destacando que a União “gastou” (e não “investiu” como deveria ser a
abordagem) pelo menos R$ 1,8 bilhão com satélites nos últimos 12 anos.
Duda Falcão
União Gastou Pelo Menos R$ 1,8 Bilhão
com Satélites nos Últimos 12 Anos
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
06/11/2012
Segundo levantamento do Contas Abertas, entre 2001 e
2012, a União (Executivo, Legislativo e Judiciário) desembolsou pelo menos R$
1,8 bilhão com satélites. Os valores anuais cresceram significativamente no
período: passando de R$ 48,6 milhões em 2001 para R$ 163 milhões em 2011. Neste
exercício, R$ 110,1 milhões já foram aplicados em satélites. Atualmente, a
maioria dos recursos está sob coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Em valores, o maior projeto do período foi o de
participação brasileira no desenvolvimento do satélite sino-brasileiro, Projeto
CBERS, para o qual foram aplicados R$ 730,1 milhões desde 2001. O programa
CBERS teve início na segunda metade dos anos 80 e já colocou em órbita os
satélites CBERS-1 (1999), CBERS-2 (2003) e CBERS-2B (2007).
Outros dois (CBERS-3 e CBERS-4) estão em fase final de
desenvolvimento, sendo que o CBERS-3 tem lançamento marcado para o final de
2012, seguido pelo CBERS-4, dois anos depois.
Segundo Petrônio Noronha
de Souza, diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, o
programa CBERS permitiu que o Brasil se estabelecesse em definitivo como
provedor regular de imagens de sensoriamento remoto de média resolução de nosso
território.
“Esta maturidade foi
alcançada sem que o Brasil dominasse por completo todas as tecnologias
requeridas para desenvolver um satélite. Isto graças à parceria firmada com a
China, que para os três primeiros satélites contribui com 70% do artefato, mais
os lançamentos. Para os CEBERS-3 e 4 a contribuição brasileira subiu para 50%,
permanecendo ainda com a China a tarefa de lançá-los”, explica.
Para complementar as
missões do CBERS, surgiu a necessidade do desenvolvimento do satélite
Amazônia-1, para o qual já foram desembolsados R$ 147,1 milhões. O programa
baseia-se no desenvolvimento de plataforma de uso geral destinada a satélites
de porte médio (até 500-600 kg), denominada Plataforma-Multimissão (PMM).
Após aproximadamente uma
década de investimentos, o satélite Amazônia-1 está em fase de qualificação de
equipamentos e subsistemas e tem lançamento previsto para 2015.
Para Noronha de Souza,
os dois programas cumprem papeis fundamentais para o Programa Espacial
Brasileiro. “Estão voltados para aplicações de interesse direto da sociedade
brasileira; ampliam a autonomia tecnológica nacional; envolvem a indústria
espacial brasileira e, finalmente, alçam o Brasil a condição de protagonista
nos fóruns internacionais que orientam as atividades espaciais de natureza
civil”, afirma.
Registros da AEB indicam
que, nas últimas três décadas, os investimentos governamentais no programa
espacial brasileiro atingiram montante global da ordem de R$ 6,2 bilhões. Desse
total, aproximadamente 40% foram destinados para o desenvolvimento de satélites
e da infraestrutura associada, 28% para veículos lançadores e respectiva
infraestrutura associada e 25% para os centros de lançamento.
Os investimentos
restantes (7%) foram decorrentes, em grande parte, da participação brasileira
no projeto da Estação Espacial Internacional (ISS) e de outras ações no campo
da pesquisa e desenvolvimento e de capacitação de especialistas para o programa
espacial.
Histórico
A Agência Espacial é a
entidade de natureza civil sucessora da extinta Comissão Brasileira de
Atividades Espaciais (COBAE) do então Estado Maior das Forças Armadas (EMFA). A
AEB sucedeu a COBAE em todos os direitos e obrigações derivados de acordos e
instrumentos nacionais e internacionais de cooperação, ficando responsável pela
formulação e coordenação da execução da política espacial brasileira.
A criação da AEB ocorreu
no contexto da decisão do governo brasileiro, tomada em fevereiro de 1994, de
aderir ao Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR), concebida pelos
países do G-7 em 1987.
Para dar melhor
direcionamento às atividades espaciais no Brasil, logo após a criação da AEB,
foi formulado e aprovado, em 8 de dezembro de 1994, o Decreto nº 1.332, que
atualizou a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais
(PNDAE), estabelecendo os objetivos e as diretrizes que deverão nortear o
governo brasileiro para a promoção do desenvolvimento das atividades espaciais
de interesse nacional.
Sob o ponto de vista da
execução das atividades, foi instituído o Sistema Nacional de Desenvolvimento
das Atividades Espaciais (SINDAE), que definiu a AEB como o órgão central de
coordenação do sistema. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do
Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, e o Departamento de Ciência e
Tecnologia Aeroespacial (DCTA), subordinado ao Comando da Aeronáutica do Ministério
da Defesa, foram definidos como seus principais órgãos de execução setorial.
Na lei de criação da AEB
foi instituído também o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), que
estabelece as orientações estratégicas para a execução das atividades no país,
por períodos decenais. O PNAE encontra-se atualmente na sua quarta edição,
cobrindo o período de 2012 a 2021.
Perspectivas
O novo PNAE, para o
período de 2012 a 2021, estabelece que a maior participação da indústria
nacional é uma das principais prioridades do programa, juntamente com a
implantação de rubrica de domínio de tecnologias críticas. “A formação e
capacitação de pessoal, bem como a ampliação da cooperação internacional, entre
outros, serão também temas de prioridade do programa”, ressalta Petrônio
Noronha.
O diretor explicou que
os projetos de caráter estruturante e mobilizadores, iniciados no passado,
deverão ser priorizados e concluídos antes do início de novos, como parte do
processo de consolidação das conquistas e avanços nos desenvolvimentos
científicos e tecnológicos passados, em rumo da ampliação da autonomia
tecnológica nacional.
Na fase de consolidação,
além dos satélites CBERS-3 e 4 desenvolvidos em cooperação com a China, devem
ser concluídos os foguetes Cyclone-4, veículo lançador de satélites (VLS-1) e
veículo de lançamento de microssatélites (VLM-1), o satélite Amazônia-1 e o
Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
Já na fase de expansão,
segundo Noronha, novos projetos, de maior complexidade e desafio tecnológico,
serão desenvolvidos. “Daremos continuidade ao programa de satélites da série
Amazônia, ao desenvolvimento de satélite meteorológico geoestacionário, ao
lançamento de um segundo satélite de comunicações e o desenvolvimento de um
satélite radar de abertura sintética. Todos com o maior índice possível de
participação da indústria nacional”, conclui.
Fonte: Site Contas Abertas - http://www.contasabertas.com.br/
Os brasileiros não estão inteirados de quanto o Brasil depende de satélites estrangeiros e de tecnologia estrangeira para fazer satélites. Se soubessem apreenderiam mesmo o título de maneira diferente, como foi apontado.
ResponderExcluirNa parte das 'Perspectivas', com as reportagens que já temos recebido sobre as vendas de empresas estatais de tecnologia, me preocupa aquilo que ele fala quando diz que "o novo PNAE [...] estabelece que a maior participação da indústria nacional é uma das principais prioridades do programa". Será que serão com empresas como a OMNISYS (hoje privatizada e nas mãos dos europeus)? Espero que as perpectivas fujam desse formato nefasto.
Além disso, parace que eles (o "governo") perderam a noção das coisas completamente (fui bonzinho com esse "parece").
ResponderExcluirEles anunciam como se fosse algo bom, o Brasil ter gasto R$ 1,8 bi em 12 anos, sendo que a atual 6a economia do mundo, deveria estar gastanto isso a cada ano!
Mas isso não chega a ser um espanto, pois eles contam com a ignorância das massas, lançam essas notícias que só deveriam comprovar a sua total imcompetência, e ainda passam por "bons moços", e acabam sendo reeleitos.
Só lembrando que ontem foi divulgada a notícia de que o Brasil joga no ralo, cerca de R$ 200 bi a cada ano com desvios e corrupção.
Assim caminha o Brasil, acelerando de marcha a ré rumo ao precipício.
O que nos resta? Ser permanentemente otimistas? Não desistir nunca? Bom, aqui fazemos a nossa parte sobre conscientização.
No momento é o que nos resta.
Abs.