Sob as Asas dos Pais
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na edição nº 2243 da
revista “ISTOÉ Independente” e postada dia (01/11) no site da revista
destacando que filhos de brigadeiros são contratados para trabalhar em empresa que
mantém negócios milionários com a Força Aérea Brasileira.
Duda Falcão
ISTOÉ BRASIL
Sob as Asas dos Pais
Filhos de brigadeiros são contratados para trabalhar em
empresa
que mantém negócios milionários com a Força Aérea
Brasileira
Claudio Dantas
Sequeira
ISTOÉ Independente
N° Edição:
2243
01 de Nov.
2012 - 18:00
Atualizado em
05 de Nov. 2012 - 14:4
Fotos: Bruno Batista;
Reprodução
CAMARADAGEM
Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, o brigadeiro
Burnier
e seu
filho “Gilbertinho” (da esq. para a
dir.):
relação
próxima com a empresa israelense AEL
Nos últimos
meses, a empresa israelense AEL Sistemas, fabricante de componentes
aeronáuticos, passou a contar, em seu quadro de funcionários, com oficiais da
ativa e filhos de integrantes da alta cúpula da Força Aérea Brasileira.
Detalhe: a AEL mantém negócios milionários com a Aeronáutica, que dispensou a
licitação para a contratação de seus serviços. Conforme apurou ISTOÉ, jovens
recém-formados e sem experiência na área passaram a ocupar cargos estratégicos
na companhia israelense. O caso mais flagrante envolve um nome de peso, o
brigadeiro Gilberto Antonio Saboya Burnier, que foi secretário de Política,
Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa e, até se
aposentar em abril, era comandante de Operações Aéreas da FAB. Burnier é
considerado o mentor do programa de modernização da Força Aérea e braço direito
de Juniti Saito, atual comandante da Aeronáutica. No mesmo mês em que passou
para a reserva, seu filho, que tem o mesmo nome e é apelidado de “Gilbertinho”,
foi contratado pela AEL como “analista de compras” da empresa. O departamento
onde trabalha é responsável pelas aquisições de materiais de alta tecnologia
que acabam empregados nos sistemas de gerenciamento da frota da FAB. O filho de
Burnier formou-se em administração numa faculdade particular de Brasília há
apenas um ano e trabalhava, até então, em um escritório de arquitetura.
As novas
denúncias confirmam reportagem publicada por ISTOÉ no início do mês, que
revelou os benefícios obtidos pela AEL em contratos sem licitação com a FAB.
Isso aconteceu, segundo relatório de inteligência da Polícia Federal, depois
que a companhia admitiu entre seus diretores um cunhado do comandante Juniti
Saito, o coronel reformado Luiz Pondé. Em nota, a FAB alegou que o militar da
reserva foi contratado por sua experiência no setor – nada a ver, portanto, com
o vínculo familiar. Agora se sabe que Pondé não foi um caso isolado.
Levantamento feito pela reportagem mostra que a AEL, cujo faturamento cresceu
150 vezes entre 2003 e 2011, período que coincide com a gestão Saito, se tornou
porto seguro de interesses particulares do comando da FAB.
O conflito de
interesses fica mais evidente pelo fato de o próprio brigadeiro Burnier ter
cargo na empresa. Em março de 2011, quando ainda estava na ativa, ele ganhou
assento no conselho diretor consultivo da companhia, com poder para opinar nos
planos estratégicos. Não se sabe quais critérios balizaram a escolha dos
membros do conselho, mas a ata da assembléia de acionistas indica ainda a
nomeação do general Darke Figueiredo, que vem a ser assessor especial do
senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). A nomeação de Darke na AEL ocorreu
um mês depois de Collor assumir a presidência da Comissão de Defesa do Senado,
responsável por apreciar projetos de interesse do setor, como subsídios para a
indústria bélica. O documento aprovado na assembleia estabelece remuneração aos
conselheiros e diretores, mas não especifica valores.
No rol de
contratações da AEL também está a de Bruno Baptista, 27 anos. Ele é filho do
brigadeiro Carlos Baptista Júnior, presidente da Copac, a comissão da FAB
responsável pela concorrência bilionária para a compra de caças de combate
(programa F-X2). Na AEL, Bruno, que estudou no colégio militar e estagiou no
setor comercial de uma emissora de tevê na capital federal, ganhou um cargo no
departamento de marketing. Na lista de apadrinhados consta também o nome de
Gabriel Bermudez, filho de outro brigadeiro do Alto Comando, Antonio Moretti
Bermudez, que foi chefe da comunicação social da FAB e, em abril, assumiu o
Sexto Comando Aéreo Regional, em Brasília, numa cerimônia repleta de homenagens
a Burnier e Saito. Gabriel concluiu o curso de engenharia elétrica na
Universidade de Brasília em 2008, estagiou na Aneel e trabalhava numa
empreiteira até ganhar o cargo de engenheiro de software na AEL. Em seu
currículo, ele se diz “usuário avançado de internet”, com “grande experiência”
no uso do Windows e do pacote Office. Relata alguns cursos básicos de
programação insuficientes, por definição, para aplicação em projetos avançados
de aviação militar. O filho do brigadeiro atua no projeto de modernização do
avião de transporte C-95 Bandeirante, outro xodó da dupla Saito-Burnier.
O programa de modernização, que consistiu basicamente na
instalação de um cockpit digital num avião com 40 anos de idade, foi alvo de
críticas dentro da própria FAB. Segundo informações do Portal da Transparência,
a AEL já faturou dos cofres públicos R$ 180 milhões. Em 2003, ela havia
conseguido pouco mais de R$ 300 mil em contratos governamentais. Esse valor
saltou para R$ 2,8 milhões no ano seguinte e chegou a R$ 53,7 milhões em 2011.
Até agosto deste ano, já foram R$ 30 milhões. Questionada por ISTOÉ, a AEL
preferiu não se manifestar. O gabinete de Collor informou que Darke estava
viajando. A FAB, por sua vez, disse que “informações relativas a funcionários
devem ser prestadas pela empresa”. Alegou que a participação de militares no
conselho diretor da AEL é importante para “resguardar os interesses
estratégicos dos programas militares ligados à soberania nacional.”
EMPREGO
NOVO
Filho de brigadeiro responsável por projeto
bilionário, Bruno Baptista
foi contratado pela AEL mesmo sem experiência
Fonte: Site da Revista ISTOÉ Independente - 01/06/2012
Comentário: Veja bem leitor, não tenho por costume postar
notícias da área Aeronáutica no blog BRAZILIAN SPACE, não só porque essa área
não faz parte dos temas do blog (apesar da mesma ter algumas ligações com a área
espacial), como também por achar que já existe uma cobertura mais que suficiente
da mídia nessa área e na de Defesa. Entretanto, a AEL é uma empresa que como
sabemos deixou de ser brasileira naquelas condições de venda aos israelitas que
lesaram o patrimônio científico e tecnológico brasileiro, e para quem não sabe
a AEL é infelizmente a responsável pelo
computador de bordo do SISNAV, ou seja, do Sistema de Navegação do
VLS-1. Em outras palavras, o SISNAV que se dizia um produto inteiramente desenvolvido no
Brasil, por técnicos brasileiros e sob controle brasileiro, pelo visto não é
bem assim. Entretanto, se o que foi exposto nessa matéria da revista ISTOÉ
Independente for verdadeiro, chamo a atenção de que os nomes dos militares citados
são sem exceções de militares que atuam ou atuaram em cargos de gestão política
diretamente ligados ao Ministério da Defesa através do COMAER, ou seja, todos
ao que parece locados em Brasília. Isso me faz lembrar o que minha vozinha (que
Deus a tenha) costuma dizer: “Meu neto, quem com porcos se mistura, farelo come”.
Em outras palavras, esse trafico de influência e troca de favores, entre outras
coisitas a mas (coisas corriqueira na política brasileira) estaria chegando até
mesmo ao alto comando de nossas Forças Armadas, será? Com a palavra o COMAER. Gostaria de agradecer publicamente a um leitor anônimo que nos enviou essa matéria via e-mail.
Será que isso consta no "'Livro Branco' da Defesa Nacional"?
ResponderExcluirSerá que as privatizações também fazem parte do plano para "modernizar" o País?
Ou será que os generais estavam só com boas intenções, colocando seus filhos (altamente qualificados, pelo que se vê) em cargos estratégicos?
Isso faz-me lembrar o caso de Eike Batista, cujo pai foi ex-ministro das Minas e Energia, e que (coincidentemente, claro) incentivou Eike B. a investir no comércio de ouro e diamantes na Amazónia ficando bilionário.
Agora vou passar para a outra reportagem sobre as "justificações" dos exmos. generais.
que dureza hein?
ResponderExcluire parece que isso acontece em todas as empresas do ramo....
quando se vendem não passam ser mais brasileiras, as forcas armadas nunca mais deveriam fazer qualquer tipo de negociação com elas, seja a AEL, OPTOVAC entre outras... se eu voce um militar responsavel por essa área, por mim que falisse tudo, querem comprar nossas empresas tudo bem, agora quero ver quem vai comprar seus produtos... que bom se fosse assim.
ResponderExcluirTem que colocar esse milicos na cadeia. Eles não estão acima da lei.
ResponderExcluirMas corrupção não se restringe a Brasilia. Conheci certa feita uma instalação da Aeronautica em que o oficial intendente tinha 8 carros, entre eles vários carros esportes.Caso de policia, que seus superiores faziam vista grossa.
PS : Por falar nisso, meus pêsames pela eleição municipal em sua cidade.
Vc deve estar bem p* da vida.
A semente maldita daquele bandido parece que brotou de novo.
Abrs
Duda
ResponderExcluirA AEL participou de um processo licitatório do projeto SIA legítimo com outras 2 empresas e ganhou dentro dos parâmetros preço e técnica estabelecidos. Nada tem a ver com qualquer conchavo que possa existir dentro da empresa com quem quer que seja.
Esse processo diz respeito ao computador de bordo da malha de simulação do SISCAO ( controle de satélites para o INPE ). Portanto, nada tem a ver com o SISNAV - que continua 100% nacional.
Olá Waldemar!
ResponderExcluirEu agradeço o seu esclarecimento, pois estava achando essa história um pouco estranha.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Porém, o ponto central da reportagem não foi sobre o processo de contratação de um serviço específico, e sim sobre as contratações de "oficiais da ativa e filhos de integrantes da alta cúpula da Força Aérea Brasileira", no mínimo, anti éticas. Fica muito difícil, fazer crer que não há nenhum tipo de troca de interesses num caso dessa natureza...
ResponderExcluirÉ esse o foco.
Olá Marcos!
ResponderExcluirCalma amigo, o comentário do Waldemar foi para esclarecer que o processo licitatório do projeto SIA que a AEL participou foi legítimo, mas não teve nada haver com o Projeto do SISNAV do VLS-1 (que é totalmente 100% brasileiro) como eu deixei entender em meu comentário, e sim com o projeto SISCAO (controle de satélites) para o INPE.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)