Opto Envia à China Câmera do Satélite CBERS-4

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada ontem (12/11) no site “Poder Aéreo” destacando que a empresa OPTO Eletrônica enviou para China na manhã de ontem o segundo Modelo de Voo da Câmera MUX, que irá equipar o Satélite Sino-Brasileiro CBERS-4.

Duda Falcão

ESPAÇO

Opto Envia à China Câmera do Satélite CBERS-4

Empresa do interior paulista contribui para a independência
tecnológica em áreas altamente sensíveis do ponto de vista estratégico

Por Guilherme Poggio
12 de novembro de 2012

FOTOS: Opto

A Opto enviou para a China, na manhã da última segunda, 12/11, o segundo modelo de voo da câmera MUX, que irá equipar o satélite sino-brasileiro CBERS-4. Hoje, apenas outros sete países (EUA, França, Rússia, Índia, Japão, China e Israel) detêm o conhecimento e a tecnologia necessários para construir uma câmera como esta. A Opto é a única companhia da América Latina capacitada a desenvolver e produzir tal equipamento – e de forma independente –, colocando o Brasil entre o seleto grupo de nações a dominar a tecnologia de imageamento aeroespacial. Chamada de MUX FM2 (multiespectral, flight model 2), a câmera é destinada ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais.

Em 30/03, uma câmera idêntica a esta também foi enviada para a China, mas para equipar o satélite CBERS-3 (cujo lançamento está programado para janeiro de 2013, por meio do foguete chinês “Longa Marcha”). A MUX pesa mais de 120 kg e é capaz de fazer imagens com 20 metros de resolução do solo, a mais de 750 km de altitude. Desconsiderando a curvatura da Terra (para exemplificar), seria como se, de São Carlos/SP, fosse possível enxergar um ônibus em Brasília/DF. A faixa de largura imageada, extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 km de largura.

Independência Tecnológica

A fabricação da MUX pela Opto atende à diretriz do Programa Espacial Brasileiro de fomentar a capacitação e o desenvolvimento de tecnologia de ponta pela indústria nacional. O trabalho da companhia também contribui para a independência tecnológica em áreas altamente sensíveis do ponto de vista estratégico.

Construída para auxiliar de forma decisiva no monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais (trabalhando em quatro bandas espectrais de luz), as imagens produzidas pela câmera têm capacidade de mostrar, com precisão, queimadas, desmatamentos, alteração de cursos d’água, ocupação urbana desordenada, entre outras funções. As imagens poderão ser utilizadas em todo o mundo, gratuitamente, por meio do site do INPE.

Projeto

O projeto da câmera teve início em 2004, quando a Opto venceu a licitação internacional para o desenvolvimento e fabricação da câmera. O projeto sofreu diversos aperfeiçoamentos, principalmente em razão do não compartilhamento de tecnologias e venda de componentes “sensíveis” por outros países. Contudo, a companhia de São Carlos conseguiu, de forma inédita, desenvolver soluções próprias e inovadoras, dominando todo o ciclo de construção do equipamento. Para se ter ideia, somente o projeto preliminar da câmera foi composto por mais de 450 documentos, totalizando mais de 16 mil páginas.

Nesse período, foram construídas versões sucessivas de protótipos, denominadas modelos de engenharia, de qualificação e de voo (modelo final) da câmera MUX. O modelo de qualificação, por exemplo, foi exaustivamente testado (como em provas extremas de choque e vibração). O objetivo da bateria de testes e ensaios foi assegurar que o projeto (e consequentemente o equipamento) suporta as cargas de lançamento e as condições de temperatura, radiação e vácuo no espaço, além de verificar se ele atende aos requisitos de envelhecimento e compatibilidade eletromagnética com os outros sistemas do satélite, mantendo sempre o melhor desempenho funcional.

Cerimônia

Os funcionários da companhia participaram de um evento simbólico de embarque da câmera, representando todos aqueles que se importam com a independência tecnológica da nação, reconhecendo ainda o esforço e a dedicação de todos os colaboradores da empresa.


Fonte: Site Poder Aéreo - http://www.aereo.jor.br/

Comentário: Bom leitor, esse noticia é estranha, já que estamos ainda muito longe do lançamento do CBERS-4 para que o Modelo de Vôo dessa Câmara esteja pronto, além do que pelo que sei o CBERS-4 deveria ser integrado no Brasil, e não na China. Mas enfim, de qualquer forma a nota traz a notícia de que o lançamento do CBERS-3 está programado para acontecer em Janeiro de 2013. Será mesmo leitor que o atraso no lançamento desse satélite será somente de dois meses? Hummm sei não, teremos de aguardar para vê. Aproveitamos para agradecer ao leitor André C. Castro pelo envio dessa notícia.

Comentários

  1. Estranho mesmo. Pergunto-me se os chineses e brasileiros estão integrando juntos esses satélites na China, e se há quem fique responsável por salvaguardar a segurança da nossa tecnologia...

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  2. Olá Israel!

    Estão sim amigo. Existe uma equipe bem grande de brasileiros na ponte-aérea Sampa-China (indo e voltando) a quase dois anos e deverão ficar por lá até depois do lançamento do CBERS-3. O que é estranho é esse modelo de vôo (modelo final) ter sido enviado para China agora, principalmente pelo fato da programação de integração do novo satélite (até onde eu sei) prevê que a integração do mesmo seria feita no Brasil, no LIT, invertendo assim o papeis.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Sei não...

    Ainda acho que os chineses estão tirando proveito de todo o material que o Brasil envia pra lá. Antes do acordo do CBERS, eles nem tinham tanto domínio da tecnologia de satélites, e agora nos ultrapassaram.

    Será que foi só competência da parte deles?

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  4. Ainda nem lançaram o CBERS-3, agora ja enviam a camera do CBERS-4, até seu lançamento ja vai ser um equipamento obsoleto e fora o tempo que irá ficar no solo seus componentes vão se deteriorar(se depender do Brasil ele entra em estado de decomposição)...

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  5. Lembrando que os chineses são especialistas em engenharia reversa.

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