Cooperação Pode se Estender para o Setor Aeroespacial

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria de hoje (07/11) postada no site “Valor Online” e publicada no site “www.defesanet.com.br“ destacando que a cooperação tecnológica coma a França pode se estender para o Setor Aeroespacial.

Duda Falcão

TECNOLOGIA

Cooperação Pode se Estender para
o Setor Aeroespacial

Empresas francesas buscam novos parceiros para troca de tecnologia

Valor Oline
Por De Paris
07 de Novembro, 2012 - 10:05 ( Brasília )


A França demonstra interesse em fazer com o Brasil uma parceira também na área espacial, para possibilitar a construção de satélites e foguetes lançadores no Brasil, um mercado de bilhões de dólares e que se expande entre os países emergentes. Empresas francesas do setor, como Astrium, Thales e Safran, buscam ampliar investimentos no Brasil e promover associações com parceiros brasileiros, pavimentando o terreno para cooperação mais ampla, segundo fontes em Paris.

Em todo o mundo, poucos países são capazes e estão dispostos a cooperar num setor de enorme sensibilidade como o de satélites e foguetes lançadores. No caso da França, a diferença é que os franceses são proprietários de sua tecnologia e podem transferi-la para o Brasil, poupando recursos financeiros e anos de pesquisa.

Além disso, a França tem capacidade de resistir a pressões de terceiros países contra transferência de tecnologia ao Brasil, como já faz no caso da construção conjunta de submarinos.

A oferta francesa é diferente da cooperação do Brasil com a Ucrânia e a Rússia, por exemplo. Os ucranianos não transferem tecnologia para construção do veículo lançador de satélites na base de Alcântara, no Maranhão. A Rússia, por sua vez, desempenha apenas papel de "avalista" do programa Cruzeiro do Sul, que é para desenvolvimento de lançador de satélite no Brasil.

A parceria espacial entre França e Brasil pode ser facilitada também pela constatação de que os dois lados podem ser complementares com suas respectivas bases na Guiana e em Alcântara.

A avaliação em Paris é que uma eventual parceria com os franceses, baseada no desenvolvimento conjunto de projetos, com absorção de tecnologia e criação de capacidade industrial no Brasil, pode acelerar a conclusão de etapas importantes do programa espacial brasileiro, sua evolução para novas áreas e tecnologias e consolidação de base industrial brasileira para torná-la mais competitiva externamente. O Brasil não é autônomo em todas as tecnologias necessárias ao desenvolvimento de satélites e foguetes lançadores.

O Brasil tem também acordo de cooperação tecnológica e científica com a China, e o governo indicou que quer ampliar a participação brasileira. O satélite CBERS-4, que tem lançamento agendado para agosto de 2014, terá 70 de participação chinesa, que também será responsável por seu lançamento.



Comentário: Muito bem leitor, na realidade eu já tinha essa informação e estava esperando ser divulgada pela mídia especializada. Na área de satélites até que essa parceria poderia ser interessante. Entretanto, devemos lembrar que na ultima vez em que o Brasil e a França fizeram uma parceria na área de satélites à coisa não andou. Ou você está esquecido do projeto do “Microsatélite Franco-Brasileiro - Franco-Brazilian Microsatellite – FBM”? Além disso, o Brasil (com exceção do Programa CBERS) não tem sido eficiente com ao suas parcerias internacionais na área de satélites e achar que isso mudará com os governos que temos é pura ingenuidade. Já na área de foguetes lançadores de satélites, tenho uma posição muito firme com relação a novas parcerias nessa área. Não me parece uma boa envolver outra nação nesse setor, já que temos parcerias com a Alemanha (por sinal muito exitosa), com a Rússia (essa sim deveria ter suas relações regatadas que vinham avançando substancialmente no inicio da década passada e que hoje encontram estagnadas devido a um de..loide de carreira e seu humorista presidente) e com a Ucrânia, essa um verdadeiro desastre que estamos lutando para mudar através de nossa Petição Pública, mas infelizmente sem muita resposta popular até o momento. Na verdade, trazer um outro país para essa área só aumentaria a falta de foco e diluiria ainda mais os parcos recursos empregados por esse desgoverno desastroso. Lamentável!

Comentários

  1. Esse PEB é uma incrível bagunça... impressionante! As notícias parecem nos dar uma esperança, mas é só uma ilusão, uma miragem que vemos do outro lado do deserto. É realmente lamentável.

    ResponderExcluir
  2. Estou atento a tudo que diz respeito a lançadores rsrs

    Mas nem todo acordo é um mal acordo. A ACS já tem os problemas que conhecemos; com os Russos se limita atualmente ao desenvolvimento do L75 e do anteprojeto do VLS-Alfa; e com os alemães com o VLM, embora auspicioso, não tem muita possibilidade de crescimento.
    Assim, não acho que seria má uma cooperação para um veículo de maior porte (entre o Beta e o Gama), em que realmente ganhássemos alguma coisa. Não interpreto uma diversificação de parcerias como uma 'perda de foco', desde que o resultado da pareceria seja algo que venha de encontro a um interesse maior do PEB ou que facilite caminhos de se chegar a um resultado desejado.

    abraços

    ResponderExcluir
  3. Muito pouco provavelmente eles queiram cooperar com a gente na área de lançadores. A base eles já tem, que é Korou na Guiana Francesa. Foguetes eles já tem a frota dos Ariane 5, Soyuz e Vega. Acho que só em satélites pode sair alguma coisa...

    ResponderExcluir
  4. Caro Duda, sem um vídeo sensacionalista sobre o PEB e seu desastroso acordo com os ucranianos, a petição popular não vai decolar!

    Para lembrar, lembre de como foi a repercussão após o vídeo dos artistas indo contra a hidrelétrica no Rio Xingu ou Madeira não lembro bem!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Anônimo!

      Não creio que o sensacionalismo seja a resposta para esse tema o qualquer tema, e sim a compreensão do problema. Infelizmente o brasileiro só aprende quebrando a cara, só fechando a porta depois de arrombada. Além do mais, não tenho tempo disponível para trabalhar nesse vídeo.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

      Excluir
    2. Duda, a propaganda é alma do negócio!

      Excluir
    3. Olá Anônimo!

      A propaganda sim, não o sensacionalismo.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

      Excluir
  5. Essa me parece ser mais uma daquelas notícias que só provam que está tudo uma bagunça, sem rumo definido, o único projeto de cooperação que tem evoluido bem é aquele com a Alemanha, por um motivo, para mim, bem claro, que foi o fato de ele ter surgido de forma natural, de baixo para cima, com os dois Países complementando as necessidades um dos outros. Basicamente a Alemanha convidou o Brasil a ser o fornecedor dos lançadores movidos a combustível sólido para os seus experimentos, pois o foco deles, muito bem definido, são os experimentos e não os lançadores.

    O Brasil devia se apegar a isso e pasar a ser um fornecedor internacional de foguetes de sondagem a combustível sólido de alta confiabilidade. Isso sim, seria um objetivo, plausível, que uma vez atingido poderia passar a ser uma fonte de divisas com um produto de alto teor tecnológico agregado.

    Esse é o grande problema, na minha opinião. O Brasil parece que quer tudo ao mesmo tempo e não consegue realizar nada. Não consegue sequer enxergar as oportunidades que estão ai sendo "esfregadas nas nossas caras".

    Continuo afirmando que o VLM deveria ser o último projeto envolvendo lançadores movidos a combustível sólido. Uma vez comprovada a sua eficácia e aberto esse mercado, torná-lo um produto regular para lançamento de microsatélites Mundo a fora, e então mudar o foco para o que seria o próximo passo lógico em termos de lançadores.

    Esse novo foco, seria: ter os nossos próprios foguetes movidos a combustível líquido, preferencialmente usando a alternativa proposta pelo Miráglia, que parece ser a mais inteligente, prática em termos de produção local e ecológicamente correta.

    É isso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Já temos cooperação com a França no caso dos helicópteros, no caso dos submarinos, talvez no programa FX-2/3, e agora na área espacial também? Parece que é de lá que vem a tecnologia para a criação do satélite que o governo insiste em querer lançar até 2014 pelo acordo com a Embraer.

      Sei que os israelenses se deram bem com a França no caso da construção de Dimona (reactor nuclear), e o Brasil parece ter tido uma relação positiva com a França no caso dos submarinos e dos helicópteros, mas será que não é cooperação demais?

      Não tiro nem ponho das palavras daqueles que disseram que isso parece ser desorganização do PEB, mas vejamos NO QUÊ a França e Brasil podem partilhar na área espacial. Me parece que vai ser na área de construção de satélites também, e pode ser que seja uma tentativa de aproximação do Brasil à agência espacial europeia, onde a França e Alemanhã são contribuidores de peso.

      Excluir
    2. Caro Israel,

      Um acordo com a França nessa área teria tudo para dar certo, pois as partes já se entendem relativamente bem a anos, numa via que os francesês devem achar ótima. Só que nesse momento, de que adianta mais um acordo, se do nosso lado está esse caos? A frança já conseguiu empurrar ao Brasil aqueles caças Mirrage "reformados" que já estão sendo depenados pois não existem peças de reposição (hoje em dia é mais fácil fazer voar um F5 ainda mais antigo). O programa FX, como se viu, foi jogado no ralo por uma declaração infeliz do nosso ex-presidente, dando ganho a França quando os relatórios técnicos apontavam claramente pra outro concorrente.

      Para a França o Brasil tem sido um "cliente" exemplar nesses últimos anos. Quanto ao programa FX (4 ou 5, já nem sei mais) por exemplo, hoje em dia com as últimas evoluções na área de caças de superioridade aérea, o FX 3 nem tem mais sentido, só existem duas opções (na verdade uma pois os americanos como se sabe não repassam nada nessa área), então, ao Brasil, só restaria tentar um bom acordo com os Russos, mas novamente a políticagem deve prevalecer...

      O que eu quero dizer em sínteze é que: não importa com quem se faz o acordo, o importante, é ter um programa com objetivos claros e que as ações dos governos deem sustentação a esses planos. Por exemplo: em relação a armas de dissuasão, o Brasil precisa de submarinos nucleares e caças de superioridade aérea. Essa é uma necessidade relativa à segurança nacional. Quem vai fornecer o produto ou tecnologia, pouco importa. O Brasil precisa é estar apto a recebê-la.

      Abs.

      Excluir
  6. A França nunca foi absolutamente confiável.
    É preciso ter muito cuidado com tanta parceria com um país da OTAN. Qualquer probleminha que o Brasil venha a ter com um de seus muitos aliados do Atlântico Norte, não tardará para a França dar todas as informações sensíveis de suas parcerias conosco, além de códigos e o que mais lhe tiver a mão.

    Além do que, o que motivaria a França a abir concorrência numa área que poucos tem a capacidade que ela possui, que é de lançar satélites de base terrestre próximo a linha do equador?
    A França tem um estado, parte de seu território, encravado na América do Sul e possui uma das bases de lançamento mais bem situadas do mundo. Tudo que um país assim gostaria é de não ter outro capaz de concorrer com ele. E caso seja inevitável, o melhor para ela séria ter domínio total sobre seu concorrente.



    ResponderExcluir

Postar um comentário