CENIC / MECTRON Entregam ao IAE Subsistema do SARA

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (01/11) no site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), informando que as empresas brasileiras CENIC e MECTRON entregaram ao IAE dia 25/10 o Subsistema de Telemetria do Modelo de Voo do Sara Suborbital”.

Duda Falcão

Entrega do Subsistema de Telemetria do
Modelo de Voo do Sara Suborbital

Campo Montenegro, 01/11/2012


No dia 25 de outubro foi realizada a entrega do Subsistema de Telemetria do Modelo de Voo do Sara Suborbital pelas empresas CENIC e MECTRON. Os testes com essa Rede de Telemetria, realizados nas dependências da empresa MECTRON com a presença da equipe do IAE, tiveram como objetivo demonstrar o correto funcionamento desse Subsistema antes de sua integração no Modelo Mecânico. Para esse teste foi desenvolvido um setup completo para excitação dos canais de leitura de sensores da Rede de Telemedidas, bem como para aquisição de dados das outras redes: RES (Rede de Serviços), REC (Rede de Controle) e REG (Rede de Segurança).

Para o teste de funcionamento do quadro de medição PCM (Pulse-Code Modulation), foi utilizado o sistema APDT (Aquisição e Processamento dos Dados de Telemetria) do projeto VSISNAV, onde todos os parâmetros foram verificados.

Os sinais analógicos de baixa frequência de amostragem, referentes aos sensores de pressão e temperatura, foram gerados por um quadro de potenciômetros ajustáveis, de forma a simular a aquisição destes dados em voo. Os sensores de alta frequência de amostragem, relativos aos parâmetros de aceleração e vibração, foram excitados por um gerador de sinais ajustáveis.

O quadro de telemetria do SARA é composto de 169 (cento e sessenta e nove) parâmetros, sendo que o setup foi possível demonstrar com sucesso o funcionamento da Telemetria do SARA Suborbital, concluindo, assim, mais uma etapa desse projeto.

O Subsistema de Telemetria segue agora para os laboratórios da Divisão de Eletrônica do IAE, visando cumprir a etapa de integração e realização de outra sequencia de testes.



Fonte: Site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Comentário: Fantástica noticia leitor, estamos cada vez mais perto do vôo do "SARA Suborbital 1" que deve acontecer, creio eu, nos primeiros meses do ano 2013, logo após a "Operação Santa Bárbara" (pré-campanha do VSISNAV, conhecida como MIR – Mock-up para Ensaios de Interface de Redes Elétricas, que está previsto para acontecer no começo de 2013). Estamos avançando com o Projeto SARA. Avante IAE

Comentários

  1. Sim uma boa notícia, mas continuo um tanto confuso em relação as atibuições de cada instituição no nosso PEB.

    Pensei que os lançadores ficavam a cardo do IAE, e os satélites e cargas úteis em geral a cargo do INPE.

    Apesar do SARA não ser exatamente um Satélite, não seria atribuição do INPE?

    Só pra eu entender...

    Abs.

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    1. Olá Marcos!

      Verdade, os satélite são de responsabilidade do INPE. Entretanto, o SARA não é exatamente um satélite, já que satélites são definitivos e só retornam a terra quando caem de suas orbitas sendo destruídos na atmosfera. Além do mais, o SARA está permitindo o IAE desenvolver duas tecnologias essencialmente estratégicas para o COMAER, que são a tecnologia de reentrada atmosférica e a de guiagem. Lembre-se que toda tecnologia espacial ela é dual e apesar do SARA ter objetivos de estudos em microgravidade, ele também tem seus objetivos militares. Não é por acaso que o projeto prevê numa segunda fase a acoplagem da cápsula com outro objeto em órbita. Sabe Marcos, diferentemente do governo brasileiro o COMAER sabe perfeitamente o que quer, o que precisa e principalmente sabe que o futuro da humanidade está no espaço e que essas tecnologias serão necessárias ao Brasil, seja na área civil ou militar. Vale dizer que na área de foguetes de sondagens no inicio da década passada o INPE desenvolveu uma plataforma para experimentos em microgravidade chamada PSO (Plataforma Suborbital) que chegou até fazer um vôo. Entretanto, após esse vôo, por algum motivo ainda não explicado o projeto foi cancelado. Assim sendo surgiu no IAE o Projeto SARA que é mais sofisticado pois atua em órbita e mais recentemente o Projeto PSM (Plataforma Suborbital de Microgravidade) para os foguetes suborbitais brasileiros que continuam a utilizar plataformas alemães. Inclusive o objetivo da PSO do INPE no começo do século era justamente substituir as plataformas estrangeiras por um projeto nacional, mas inexplicavelmente ele foi cancelado. E vale dizer que tanto o SARA, como a PSM estão sendo desenvolvidas pelo IAE em parceria com empresas brasileiras visando justamente capacitá-las em longo prazo para vôos maiores. Como eu lhe disse antes este é o objetivo do COMAER (isso vale para o INPE também), mas é um processo que leva tempo e que só não atingiu um nível maior de desenvolvimento ainda devido ao descaso do governo. Você nem imagina quantos projetos foram lançados desde o governo Fernando Collor no IAE, no INPE e no IEAv, aprovados pelos governos, mais que nunca foram em frente por falta de recursos. Era para Brasil está hoje num estágio muito parecido com o da Índia, bastando para isso ter um orçamento parecido, (algo em torno de 800 milhões a 1 bilhão de dólares anuais) e evidentemente ter feito as mudanças operacionais pedidas pelo setor desde o início da década de 90. Mas enfim, a luta continua e temos de agradecer a esses caras que mesmo com todos esses problemas ainda continuam lutando.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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    2. Legal Duda,

      Vou até pesquisar mais sobre esses projetos depois.Tenho plena consciência que hoje em dia, assim como foi no passado, os militares, tem pleno controle dos objetivos necessários e principalmente, compromisso com os interesses do País.

      Não fosse o envolvimento militar no nosso programa espacial, correriamos o risco de não ter absolutamente nada na área...

      O que eu tenho um certo receio, é que isso possa interferir até numa negociação de um acordo de salvaguardas, principalmente em relação aos centros de lançamento (no caso atual o CLA). O que você acha? É uma preocupação infundada?

      Abs.

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    3. Olá Marcos!

      Essa preocupação existiria mesmo sem o existência do SARA, e a verdade é que os motivos nesse caso não seria nem tanto bélicos (apesar de usarem isso como desculpa) e sim mais comerciais. Afinal o Brasil não é um país belicista, não tem interesse em conquistas e é conhecido justamente por sua politica pacifista. Além disso, o projeto do SARA tem objetivos civis, mas como qualquer projeto da NASA ou de qualquer argência espacial do mundo, sua tecnologia é de uso dual.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  2. Muito boa explanação, Duda Falcão.
    E apesar de algumas pessoas não gostarem desse lado militar do programa espacial, sem ele, provavelmente, o PEB já teria sido extinto.
    E hoje, estou certo de que o desenvolvimento tecnológico militar é indispensável para o futuro de um país.
    Defesa e desenvolvimento estão intimamente ligados.
    O diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, um homem de grande visão, tem vários artigos e livros explicando isto.

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    1. Olá Iurikorolev!

      Obrigado amigo. Engraçado concordarmos com algo, mas isso em alguma hora teria de acontecer, afinal apesar de nossas discordâncias, tenho certeza que ambos queremos o mesmo objetivo, ou seja, o desenvolvimento de nosso do Programa Espacial.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  3. Viagem espacial já é vendida por agência de turismo por R$ 107 mil - -
    http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-total/2012/11/02/VIAGEM-ESPACIAL-JA-E-VENDIDA-POR-AGENCIA-DE-TURISMO-POR-R-107-MIL.htm

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  4. Olá Anônimo!

    Na verdade havíamos anunciado essa notícia aqui anteriormente sobre até uma agência de turismo paulista que já está oferecendo esse serviço, como também a nova agência do Astronauta Marcos Pontes.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  5. Só para lembrar Duda, muitas das nossas conquistas na áerea da energia nuclear devemos ao abnegado trabalho do pessoal da marinha que nunca deixou o programa morrer, apesar de muitos quererem o fim de aramar e de outros institutos de pesquisa da marinha.

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  6. Olá Carlos!

    Não resta dúvida quanto a isso amigo e não esqueça também do Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exercito, que da mesma forma tem alcançado grandes conquistas. Entretanto, todos eles são profundamente prejudicados por esses energúmenos de Brasilia, sendo que o Centro Experimental de Aramar está até vivendo bons dias, pelo menos nos últimos três anos.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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