Astrôn. Brasileiros Proc. Planetas a 110 Anos-Luz da Terra
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada ontem (06/11) no site
“Inovação Tecnológica” que é originária da Agência Brasil e que é complementar
a matéria intitulada “Estudo Vislumbra Primeiro Planeta Brasileiro", postada dia 24/10 no site do jornal “Folha
de São Paulo” e publicada aqui no blog.
Duda Falcão
Plantão
Astrônomos Brasileiros Procuram
Planetas a 110 Anos-Luz
da Terra
Fernanda Cruz
Agência Brasil
06/11/2012
Com a adesão do Brasil ao ESO, os astrônomos
brasileiros passam a
ter acesso ao conjunto
de telescópios mais poderosos da Terra,
localizados em La
Silla, no Chile.
[Imagem: ESO/H.H.Heyer]
|
Tempo de céu
Um
dos projetos mais ambiciosos já liderados por uma equipe brasileira poderá
resultar na descoberta de novos exoplanetas, distantes 110 anos-luz da Terra -
cada ano-luz equivale a aproximadamente 9,46 trilhões de quilômetros.
Conduzida
em conjunto com cientistas da Austrália, Alemanha e Estados Unidos, a pesquisa
é coordenada por Jorge Meléndez, astrônomo do Instituto de Astronomia,
Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).
Os
estudos estão sendo feitos num telescópio localizado no Chile, que mede 3,6
metros e pertence ao ESO (European Southern Observatory).
A
equipe recebeu o direito de utilizar o equipamento durante 88 noites, um
período de tempo considerado extenso pelo cientista. "Que eu saiba, é a
primeira vez que um projeto tão longo é aprovado para o Brasil".
Planetas [descobertos por] Brasileiros
Nos
meses de janeiro e março, os cientistas embarcam novamente para o Chile e, se
as condições meteorológicas colaborarem, poderão obter os dados que levarão ao
anúncio da primeira descoberta de um planeta pela equipe.
"Não
temos ideia de quantos planetas podem ser detectados. No começo do projeto,
tínhamos esperança de que poderiam ser descobertos uns cinco. Talvez
[descubramos] ainda mais, porque a precisão desse instrumento é muito boa,
permitiria a detecção de planetas bem pequenos", informou.
De
acordo com Meléndez, antes da adesão do Brasil ao ESO, os projetos brasileiros mais
ambiciosos não passavam de duas noites. "A maioria dos projetos aprovados
para os telescópios aos quais o Brasil tem acesso, o Gemini [nos Andes chilenos
e no Havaí] e o Soar [no Chile], eram de algumas poucas horas ou poucas
noites".
Gêmeas Solares
Meléndez
conta que o estudo teve início em 2005 analisando estrelas conhecidas como
gêmeas solares, por apresentarem características semelhantes ao Sol. "Elas
são muito parecidas, têm uma aparência física bastante similar [ao Sol],
temperatura, brilho", explicou.
Após
quatro anos de estudos, os cientistas fizeram uma importante descoberta: a
composição química do Sol é diferente da de outras estrelas gêmeas.
Ao
aprofundar os estudos, eles notaram que o Sol apresentava deficiência de
determinados elementos químicos. "E esses elementos são justamente aqueles
usados para formar planetas rochosos", disse.
O
próximo passo dos astrônomos foi calcular quanto desse material faltava à massa
total do Sol.
A
conclusão foi que a deficiência constatada nessa estrela era da mesma ordem que
a massa dos planetas rochosos do Sistema Solar, como Mercúrio, Terra, Vênus e
Marte. "Não foi apenas uma coincidência qualitativa em relação ao tipo de
elemento químico que estava faltando ao Sol, mas também quantitativa",
contou.
Anomalias Químicas
Com
base nessa descoberta, os cientistas passaram a procurar planetas ainda não
conhecidos em torno de gêmeas solares. "Estudamos qual seria a relação
entre anomalias químicas de cada estrela individualmente e a presença de
diferentes tipos de planetas", disse.
A
nova etapa da pesquisa focou uma dessas gêmeas, a mais parecida com o Sol. Após
observá-la por cinco anos, porém, nenhum planeta foi encontrado. "Já está
garantido que, pelo menos para essa gêmea solar, não existe nenhum
planeta".
Em
outubro de 2011, os astrônomos decidiram ampliar a observação de gêmeas do Sol
para uma amostra de 70 estrelas.
Por
enquanto, as perspectivas de encontrar novos planetas nessas regiões são
positivas. "Temos várias estrelas com sinais de que poderiam ter planetas
[em seu sistema]. Em toda a amostra, temos duas com sinais muito
promissores".
Em
um desses casos, o planeta apresentaria massa equivalente à Saturno e estaria
muito próximo à sua estrela-mãe, além de ser muito quente, devido a essa
proximidade.
O
outro possível planeta teria uma massa de aproximadamente duas a três vezes a
de Júpiter. "Mas temos apenas dados parciais, precisamos observar essas
estrelas por mais alguns meses para ter a órbita completa e poder anunciar a
descoberta", ponderou.
Fonte: Site Inovação Tecnológica - http://www.inovacaotecnologica.com.br/
Comentários
Postar um comentário