UNITAU Pode Embarcar Pesquisas em Foguete do DCTA

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada ontem (23/08) no site “G1” do globo.com destacando que a Universidade de Taubaté (UNITAU) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) iniciaram tratativas para que alunos e pesquisadores da universidade possam se utilizar do foguete VSB-30 em suas pesquisas em ambiente de microgravidade.

Duda Falcão

VALE E REGIÃO

UNITAU Pode Embarcar Pesquisas
em Foguete de Sondagem do DCTA

Experimentos poderão ser testados em situação de microgravidade.
Voos ocorrem normalmente uma vez ao ano e levam pesquisas de todo país.

Suellen Fernandes
Do G1 Vale do Paraíba e Região
23/08/2012 - 12h19
Atualizado em 23/08/2012 - 12h19

Foto: Divulgação/DCTA
VSB-30 voou em 2010 com experimentos
de instituições nacionais, como
de estudantes de São José.
A Universidade de Taubaté (UNITAU) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) iniciaram tratativas para que universidade integre o projeto VSB-30, foguete de sondagem desenvolvido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Com isso, experimentos de alunos e pesquisadores da instituição poderão ser testados pela primeira vez em situação de microgravidade.

Os trabalhos que queiram pleitear uma vaga na nave deverão ser apresentados ao IAE até novembro - o prazo foi fixado pela UNITAU.

Se aprovados pelo instituto, poderão embarcar no foguete em uma das próximas missões do VSB-30. Não há data definida para o lançamento. O próximo voo está previsto para outubro, mas o prazo seria inviável para a UNITAU.

A UNITAU abriu nesta semana as inscrições para os projetos. A expectativa é que estudos nas áreas de química e agronomia sejam testados.

A condição de microgravidade, ou ausência de peso, é utilizada comumente para experiências de áreas como sistemas eletrônicos e materiais orgânicos.

Para Eduardo Hidenori Enari, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa, Tecnologia e Inovação da UNITAU (FAPETI) esta é uma oportunidade diferente de aprendizado para os pesquisadores e alunos da instituição.

"Dependemos da aprovação destes projetos pelo IAE. Sabemos que este seria um salto em aprendizado para nossos professores e alunos, estamos empenhados a partir da abertura desta possibilidade de participar do projeto", afirmou.

Projeto VSB-30

O foguete VSB-30 tem 12 metros de altura e atinge uma velocidade de 7.200 quilômetros por hora. O último voo, em dezembro de 2010, transportou nove experimentos de universidades e centros de pesquisa de todo o país.

Segundo o gerente de projetos de microgravidade do IAE, José Bezerra Pessoa Filho, o voo da nave atinge 250 quilômetros de altitude e dura cerca de 10 minutos entre o acionamento e o retorno da nave.

A situação de microgravidade dura em média 6 minutos. Os experimentos são filmados por câmeras e os resultados transmitidos aos pesquisadores, normalmente, por telemetria -sinais transmitidos por ondas magnéticas.

"Antes de serem testados no foguete, os projetos são desenvolvidos por período de pelo menos um ano antes do embarque. O IAE provê às instituições de ensino os recursos técnicos e financeiros para o desenvolvimento das pesquisas", explicou o gerente do IAE.

Experiência

Entre os projetos da região que já participaram de testes em microgravidade, estão três experimentos de estudantes de quatro escolas da rede municipal de ensino de São José dos Campos.

Para a professora que coordenou o trabalho, em 2010, foi uma oportunidade de aprendizado para os alunos e também para os professores. "Fizemos experiências com mola, corda e imã. Os alunos se interessaram já pelo fato de ser uma proposta diferente de tudo que eles vivenciaram na escola até então. Eles se empenharam muito nas pesquisas e desmistificaram esse universo onde estão inseridos os cientistas", afirmou Maria Aparecida dos Santos Pereira, orientadora e professora na Secretaria de Educação de São José.


Fonte: Site G1 do globo.com

Comentário: Bom, muito bom mesmo se essa notícia tiver fundamento, principalmente se for uma iniciativa do IAE, já que o “Programa Microgravidade” da Agência Espacial Brasileira (AEB) nunca funcionou direito e acabou tornando-se uma piada de mal gosto contada de quatro em quatro anos. Sempre foi uma bandeira de nosso blog a necessidade de se utilizar de nossos foguetes de sondagens, e não só o VSB-30, em pesquisas científicas e tecnológicas de universidades e institutos brasileiros, como também com instituições estrangeiras, principalmente latino-americanas. É inadmissível com a frota de foguetes de sondagens e os dois centros de lançamentos que temos, ficarmos restritos a lançamentos de foguetes de treinamento, a promessas de lançamentos de veículos lançadores de satélites que nunca ocorrem e de um lançamento científico do PM da AEB a cada quatro anos. Veja os casos como exemplo, das programações de lançamentos anuais dos centros de Andoya, na Noruega, e de Esrange, na Suécia, onde diversos países europeus e não europeus realizam missões nesse sentido, inclusive estudantis. O Brasil poderia estar se utilizando desse mesmo modelo, já que temos os centros e os foguetes, mas falta ATITUDE. Países como a Venezuela, o Uruguai, o Paraguai, a Argentina, o Peru, o Chile, o México, entre outros, que atuam em atividades espaciais, poderiam estar realizando missões espaciais conjuntas com o Brasil ou não, se utilizando dos foguetes brasileiros e de seus centros, gerando inclusive recursos para o próprio PEB. Entretanto falta ATITUDE, e não é sentado em Brasília que essa mudança irá acontecer. É preciso que a AEB se movimente, procurando as agências espaciais desses países oferecendo essa possibilidade ou criando condições para que projetos conjuntos entre universidades e institutos brasileiros e desses países possam surgir apoiados por essa iniciativa. Vale dizer que isso já ocorre em algumas missões conjuntas (com uma frequência até razoável) entre o IAE e o DLR alemão e que já houve em 2007 uma missão conjunta Brasil-Argentina chamada “Operação Angicos”, onde foi utilizado um foguete VS-30. Entretanto é muito pouco, e um tremendo desperdício para o país, tendo o Brasil toda essa infraestrutura e não utilizando-a de forma adequada e rentável.

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