A Nova Era dos Satélites Brasileiros

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada na edição nº 2221 da revista “ISTOÉ” e postada dia (01/06) no site “ISTOÉ Independente” abordando a suposta 'nova era' dos Satélites Brasileiros.

Duda Falcão

ISTOÉ TECNOLOGIA & MEIO AMBIENTE

A Nova Era dos Satélites Brasileiros

Empresa criada em parceria pela Embraer e a Telebrás
promete assegurar a transmissão de informações de defesa
nacional e ampliar a oferta de banda larga para todo o Brasil

Juliana Tiraboschi
ISTOÉ
N° Edição: 2221
01 de junho de 2012 - 21:00
Atualizado em 04 de junho de 2012 - 11:49

ESTACIONADOS 
Satélites geoestacionários, como o da foto,
são ideais para telecomunicações


No último dia 29, a Embraer e a Telebrás divulgaram um acordo que promete ajudar o Brasil a acelerar sua capacitação no setor aeroespacial, desenvolver novas tecnologias, ter mais autonomia no setor de defesa e, de quebra, levar a internet por banda larga aos locais mais remotos do País. As duas companhias anunciaram a formação de uma nova empresa, a Visiona, que participará do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). A primeira missão da joint venture será capitanear o desenvolvimento de um novo satélite geoestacionário, ideal para o uso no setor de comunicações (leia quadro na página a seguir). A estimativa inicial é de que o equipamento fique pronto até 2014 e custe cerca de R$ 720 milhões, mas esse prazo pode mudar dependendo da complexidade do projeto final.

A principal função do novo equipamento, prestar o serviço de transmissão de dados sigilosos ao Ministério da Defesa, é importantíssima para o País. “O Brasil carece de um satélite para transferência de informações de forma segura, especialmente de caráter estratégico”, diz Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança. Atualmente, o governo federal aluga o serviço de satélites de empresas privadas.

A máquina vai operar em duas bandas, termo usado para designar as faixas de frequência de transmissão de dados. A banda X será exclusiva para o Ministério da Defesa. Já a banda K será usada para ampliar a oferta de internet banda larga no Brasil. Segundo Bolivar Tarragó Moura Neto, diretor de administração e relações com investidores da Telebrás, o plano é que o satélite ofereça cobertura de internet em todo o território nacional. “Estamos construindo nossa rede terrestre. Mas a algumas regiões, como o Norte do País, é mais difícil de chegar”, afirma Moura Neto. Hoje, a Telebrás tem oito mil quilômetros de rede de fibra ótica construída, mas o sistema deve alcançar 30 mil quilômetros até o fim do ano.

"O Brasil carece de um satélite para transferência
de informações de caráter estratégico"
Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança


Segundo a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), a internet banda larga fixa e móvel no Brasil cresceu 70% apenas no ano passado. O número de acessos passou de 34 milhões em 2010 para 58 milhões em 2011, fazendo o serviço chegar a 2.650 municípios, nos quais vivem 83% da população brasileira.

De acordo com José Mauro Fortes, professor do Centro de Estudos em Telecomunicações da PUC-RJ, um aspecto interessante sobre o projeto é que o novo satélite poderá fornecer cobertura de internet conforme a necessidade de cada região. “É possível ofertar um sinal com mais ou menos potência de acordo com a demanda dos municípios”, diz. Dessa forma, a distribuição ficaria mais precisa e o desperdício seria evitado. Vale esclarecer que a Telebras não fornecerá o acesso à internet diretamente ao consumidor final. A estatal venderá os serviços aos provedores, principalmente os de pequeno porte, que, por sua vez, atenderão os seus clientes.

Enquanto a Telebrás termina de elaborar as especificações do satélite para que a Visiona corra atrás da empresa que irá construí-lo, sua parceira, a Embraer, se prepara para cuidar da integração dos sistemas ligados ao satélite, como o comando de controle terrestre. Além disso, a empresa também será responsável pelo lançamento do equipamento ao espaço. Para Aguiar, da Embraer, é natural que uma empresa que desenvolve tecnologia no setor aeronáutico ingresse no segmento espacial. “Outras companhias passaram pela mesma diversificação. É o caso da Boeing, importante no mercado de satélites, e da Airbus, cuja controladora, a EADS, também tem uma área específica para projetos espaciais”, diz o executivo.

"A ideia é que o satélite complemente as redes terrestres de internet
por banda larga, principalmente em regiões de difícil acesso"
Bolivar Tarragó Moura Neto, diretor de administração
e relações com investidores da Telebrás


Além de comandar o projeto do novo satélite brasileiro, a Visiona vai assumir o papel de líder do Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Espaciais do Parque Tecnológico de São José dos Campos, em São Paulo, entidade privada sem fins lucrativos que abriga diversas empresas nas áreas de energia, aeronáutica, espaço, defesa, tecnologia da informação, telecomunicação, saúde, recursos hídricos e saneamento ambiental. A ideia é que a Visiona estabeleça parcerias com entidades de ensino e pesquisa aeroespacial.



Fonte: Site da Revista ISTOÉ Independente - 01/06/2012

Comentário: Já falei demais sobre o que penso sobre isso e a verdade é que se não houver seriedade por parte do governo para com esse primeiro projeto dessa joint-venture, isso tudo não passará de papo-furado, apesar desse projeto ter um apelo social que pode ser usado como moeda política nas próximas eleições, coisa que muito provavelmente não é por acaso. Aproveitamos para agradecer uma vez mais ao leitor paulista José Ildefonso pelo envio dessa matéria. 

Comentários

  1. Somos estudantes da turma do 1º B do Ensino Médio na cidade de Palhano – Ce, e ao lermos a matéria sobre A Nova Era dos Satélites Brasileiros, ficamos bastantes satisfeitos em saber que futuramente teremos acesso à internet de alta qualidade. Por ser um assunto de importância para a Defesa e para a Comunicação no Brasil, gostaríamos de saber informações sobre o uso dos satélites: CBERS 3 e 4.

    Desde já, agradecemos!!!

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  2. Olá Professor Jarbas!

    O satélite citado acima é o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) que na realidade são dois satélites que serão desenvolvidos por essa nova empresa. O CBERS-3 e 4 são satélites de sensoriamento remoto e não tem nada haver com essa empresa. Na realidade esses satélites são do Programa CBERS desenvolvidos em parceria com a China e não conta com a participação dessa empresa. Se o senhor quiser maiores informações sobre o CBERS é só visitar o site do INPE e procurar em "Produtos e Serviços" - Engenharia e Satélites e clicar em CBERS. Lá o senhor e seus alunos encontrarão todas as informações sobre esse programa com a China, tá ok?

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Olá a todos do blog! Permitam-me dar essa humilde opinião: O Brasil, precisa de satélites de DEFESA,ou seja, que capacite o Exército, com imagens REAIS,de TODAS nossas fronteiras terrestres, para a FAB,TODO nosso espaço aéreo, e para Marinha, TODA nossa fronteira marítima, especoialmente a Amazônia Azul.Além disso, precisamos de satélites de vigilância exclusiva,territorial(por região geográfica)para deter queimadas,tráfico de drogas e armas, etc. Temos capacidade para isso e muito mais, pois temos excelentes cientistas em todos os campos do saber. O momento, é agora, para sairmos da dependência estrangeira. ParABÉNS a todos que estão lutando pelo progresso que temos tido e que não é veiculado, como deveria !

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