Formação em Engenharia Espacial Leva Mais de 15 anos


Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada ontem (16/10) no site da Agência Câmara informando que segundo disse o chefe de administração do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Maurício Brandão, na audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, são necessários mais de 15 anos para formar um engenheiro espacial.

Duda Falcão

Aconteceu

Formação de Engenheiro Espacial Leva uma Década e Meia

Reportagem - Juliano Pires
Edição - João Pitella Junior
16/10/2009 - 18h43

Na audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, o chefe de administração do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Maurício Brandão, disse que são necessários mais de 15 anos para formar um engenheiro espacial. Segundo ele, é fundamental criar um mecanismo para que os especialistas possam transferir o conhecimento aos novos pesquisadores antes de se aposentarem.

"O ideal seria que os novos pesquisadores pudessem trabalhar com os antigos, para passar o conhecimento. Com muito custo, se autoriza que uma vaga seja substituída via concurso público e falta o mestre, que se aposentou", disse.

Segundo o DCTA, foi autorizado recentemente um concurso com 94 vagas para o órgão, que reúne o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), responsável pelo desenvolvimento do projeto do foguete brasileiro. "Nós podemos ir direto ao nível da Nasa, comprando tecnologia do exterior, mas escolhemos trilhar todo o caminho, gerando emprego e estimulando a indústria nacional. Por isso, fazemos ensino, pesquisa, desenvolvimento e produção", afirmou Brandão.

Quadros Enxutos

Com 248 mestres e 311 doutores, o DCTA conta atualmente com 269 vagas não preenchidas. Já o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) dispõe, no seu quadro, de apenas 65% do pessoal que tinha em 1987.

Brandão informou que em 2010 será lançado o curso de graduação em Engenharia Espacial. Atualmente, o ITA tem cinco cursos de Engenharia: Aeronáutica, Eletrônica, Mecânica-Aeronáutica, Civil Aeronáutica e de Computação. O ITA já formou 5.184 engenheiros, sendo que 84% eram civis.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Eugênius Kaszkurewicz, o setor espacial recebe recursos da Finep, mas falta o dinheiro que deveria ter sido assegurado pela Lei 9.994/00.

Ele explicou que as verbas ficam engessadas e não são aproveitados para a formação de pessoal. "Deve ser repensada a fonte de recursos para o setor espacial. Com a dinamização de áreas como as de petróleo e energia, há uma demanda por formação de engenheiros", disse.

Novas Bolsas

Kaszkurewicz informou, no entanto, que uma boa notícia vem da destinação de recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estudos na área espacial. O CNPq deverá lançar um edital com valor total de R$ 15 milhões para o setor.

Porém, Maurício Brandão, do DCTA, disse que a concessão de bolsas de estudo não resolve os problemas. "Precisamos ter mecanismos de atração e retenção de talentos e salários competitivos. Não é com bolsas de iniciação científica e de mestrado e doutorado que vamos construir um programa espacial", avaliou.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba, Fernando Morais, disse que os alunos formados pelo ITA preferem fazer concurso para a Receita Federal a trabalharem no setor aeroespacial, onde o salário inicial gira em torno de R$ 4 mil. "Na Receita, eles já entram ganhando R$ 8 mil. E os bancos montam estandes no ITA para recrutar os recém-formados, porque conhecem o seu potencial", contou.


Fonte: Site da Agência Câmara

Comentário: Pois é leitor, o que dizer? Essa é a situação na área de recursos humanos de um programa que o governo vem chamando a anos de estratégico. Fico imaginando que se assim não fosse, qual seria hoje a situação do programa? Sinceramente é triste observar o quanto o governo brasileiro sabe ser incompetente e inoperante mesmo quando reconhece o valor de um programa ou de um projeto chamado de estratégico. Lamentável!

Comentários