Operação Baronesa


OPERAÇÃO BARONESA

Descrição da Campanha

Data do início da campanha: 09/08/2000
Operação: Baronesa
Foguete: VS-30/Orion VO1
Numero do vôo do foguete: 1
Data de lançamento: 21/08/2000
Horário: 17h14
Local: Centro de Lançamento de Alcântara-MA
Apogeu do vôo: 315 KM
Tempo de Vôo: 13,8 minutos
Objetivo: Avaliar a capacidade técnica do foguete de fabricação brasileira e testar a eficiência do míssil Orion, fabricado em 1982 por norte-americanos e italianos.
Resultado: Sucesso total

Carga Útil Embarcada

Carga útil desenvolvida pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR-Moraba) com componentes eletrônicos cuja finalidade era avaliar o desempenho do veículo durante o vôo.

Instituições Envolvidas
AEB - Agência Espacial Brasileira
CTA - Centro Técnico Aeroespacial
IAE - Instituto de Aeronáutica e Espaço
DEPED - Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento
DLR / MORABA - Centro Aeroespacial Alemão
CLA - Centro de Lançamento de Alcântara - Alcântara-MA
CLBI - Centro de Lançamento da Barreira do Inferno - Natal-RN

Dando seqüência às atividades previstas no Projeto de Microgravidade, inserido no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) - coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) - foi lançado com sucesso, às 17h14 do dia 21 de agosto, do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o primeiro protótipo do veículo de sondagem VS-30/ORION.

Este foguete, composto por dois estágios, foi desenvolvido em parceria entre o DLR-MORABA (Deutsches Zentrum für Luft-und Raumfahrt - Mobile Raketenbasis) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), de São José dos Campos - SP.

Dados preliminares indicam um vôo perfeito, com duração de 13 minutos e 8 segundos. O apogeu foi atingido aos 315 km de altitude e o alcance foi de 306 km. A separação primeiro / segundo estágios ocorreu de acordo com o previsto, não sendo necessária à recuperação da carga útil.

Este desempenho indica que o VS-30/ORION tem condições de permanecer por aproximadamente sete minutos em ambiente de microgravidade, transportando uma carga útil de cerca de 160 kg.

O êxito deste vôo confirma o sucesso da cooperação mantida há quase 30 anos entre Brasil e Alemanha, no setor aeroespacial. Para o próximo ano, está prevista a realização de um segundo vôo de qualificação do VS-30/ORION, também a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, em data a ser definida em comum acordo entre o IAE e o DLR-MORABA.

Instituições participantes da Operação Baronesa

IAE - fornecimento do motor S-30 (primeiro estágio), e integração do veículo CLA - além de apoiar as atividades de integração do foguete, foi responsável pela realização do lançamento e rastreio do veículo, utilizando seus sistemas de telemetria e radar. Isto serviu, uma vez mais, para atestar a operacionalidade deste Centro de Lançamento.

DLR-MORABA - fornecimento do motor Orion (segundo estágio) e a carga útil tecnológica - instrumentação eletrônica para medir os parâmetros do vôo do veículo. Tiveram também participação decisiva para o sucesso desta campanha de lançamento o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno - utilizado como estação aval para o rastreio do vôo do foguete - e os integrantes do 1º/8º e do 3º/7º Grupos de Aviação da Força Aérea Brasileira.

Cooperação Brasil-Alemanha na área espacial

O Brasil e a Alemanha interagem intensamente na área espacial desde a década de 60. O primeiro passo para consolidar esta cooperação foi à assinatura, em junho de 1969, do Acordo Geral de Cooperação nos Setores da Pesquisa Científica e do Desenvolvimento Tecnológico. Dando seqüência a esta interação, foi constituída a Comissão Mista Brasileiro-Alemã de Cooperação Técnica e Científica - principal foro para acompanhamento formal dos projetos científicos desenvolvidos conjuntamente, intercâmbio de cientistas e técnicos e encaminhamento de novas iniciativas.

Em novembro de 1971, durante a primeira reunião desta Comissão, realizada em Bonn, foi firmado o Convênio Especial entre o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e o Instituto Alemão de Pesquisa e Ensaio de Navegação Aérea e Espacial (DFVLR). Com a assinatura de um Convênio Complementar de Cooperação, em 1982, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi incluído neste grupo. As principais áreas de cooperação têm sido: mecânica de atitude e órbita de satélite, tecnologia de comunicações, apoio de missões, materiais e estruturas espaciais, dinâmica de fluidos, monitoramento ambiental e sensoriamento remoto.

Entre os resultados deste relacionamento bilateral podem ser ressaltados: a obtenção de equipamentos científicos para o desenvolvimento, pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), da série bem sucedida de foguetes de sondagem - Sonda; o suporte logístico prestado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para a operação da estação de satélites alemã na Antártida; o trabalho conjunto para especificação de câmeras a serem instaladas no Satélite Brasileiro de Sensoriamento remoto (SSR-1); e a interação entre os centros de operação espacial para apoio complementar durante missões espaciais científicas e comerciais - vôos sub-orbitais - com veículos espaciais brasileiros.

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